Acontecia em 1997, quando as horas passavam devagar, com segundos melódicos e tristes, um por um tão devagar, esperando e receando um telefonema.
Um dia frio, na mesinha da sala, brincando com a massinha laranja, imaginando um arco-íris de pessoas com o rosto, ora vermelho ora verde, e alguns só laranja.
Infância perfeita até então! Medos se perderam ao buscar um livro, sozinha no escuro, aonde eu mordia minha mão me perguntando “Por que comigo? Por que com ela? Por quê?”. Mais naqueles instantes eu vi que existiam medos bem maiores do que o escuro, ou o medo de ir mal na prova do dia seguinte.
Um dia frio, na mesinha da sala, brincando com a massinha laranja, imaginando um arco-íris de pessoas com o rosto, ora vermelho ora verde, e alguns só laranja.
Infância perfeita até então! Medos se perderam ao buscar um livro, sozinha no escuro, aonde eu mordia minha mão me perguntando “Por que comigo? Por que com ela? Por quê?”. Mais naqueles instantes eu vi que existiam medos bem maiores do que o escuro, ou o medo de ir mal na prova do dia seguinte.
Descobri que a perda era pior.
E a partir deste dia, eu imagino coisas bem diferentes!
Aonde uma família tem cor bege - rosa, e cabelos nem sempre castanhos. Aonde eu não tenho que moldar nenhuma delas, elas se moldam por si só. Aonde os amigos imaginados não precisam ser do meu jeito, e sim do jeito que são.
E eu achei bem melhor, porque depois da brincadeira sempre eu amassava de novo, e a massinha voltava a ser, só cor de laranja.