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terça-feira, 9 de dezembro de 2014

sem titulo

É tão fácil ver a alegria escoar pelo ralo, é só derrubar algumas esperanças que fragilmente se espatifam pelo chão. Costumo medir minha alegria pelas minhas esperanças.
Eu nunca terei tudo, eu nunca serei completa. E assim que se chega ao fim, encontra-se um caminho de volta. E ao subir, vê-se pronto a descer. A insatisfação é universal. E ao final de toda felicidade que me encontra mora alguma finitude angustiada.
Viver é a maior maldição abençoada. É a sorte abraçada ao azar. É o paradoxo.

domingo, 23 de novembro de 2014

o que vaza da torneira

Eu queria fugir, mas para algum lugar onde o tempo não corresse, onde estrategicamente eu pensasse em como usar todos os segundos que me restam.

E eu não sei esperar, não sei envelhecer, nem pra onde ir.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

pré-sentimento

É como a formação de uma tempestade em neblina. Você não consegue enxergar em volta, o vento te faz sentir o frio até os ossos e ainda que haja uma calmaria que antecede qualquer movimento agressivo, você sente que algo terrível está por vir. É essa sensação que o agora me traz, e às vezes me arrepia. Eu poderia dizer que em alguns momentos até me vejo convencida de que algo me fará sofrer, mesmo sem ter motivos pra isso. E sofro antecipadamente.

terça-feira, 25 de março de 2014

da minha janela

Queria conseguir te deixar saber tudo o que ainda precisa ser curado dentro de mim, com duas das suas palavras mais bonitas e um dos seus beijos mais calmos. Às vezes, eu gostaria que você visse o mundo aqui da minha janela, e soubesse do que eu estou falando. Queria que entendesse meus acessos de seriedade quando alguma frase sua fez meu cérebro pifar. A verdade é que eu odeio esse meu vício crônico de não deixar nada passar, mas foi algo que eu aprendi enquanto tentava me proteger. Talvez eu saiba, de alguma maneira estranha, que nada disso vai funcionar como eu acredito ser o mais bonito - e mesmo assim, eu acredito -.