Páginas

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

dois mil e dez

Esse ano não ta querendo acabar. E ele foi tão bom. Digo, acho que nunca aprendi tanto. Mas o que acontece que mesmo ele tendo sido assim tão bom eu continuo sendo assim, tão eu? Essa que sempre cai de novo e de novo no buraco negro que tem bem no meio dos pensamentos. Em todos os cantos desse meu cérebro bobo eu vejo saudade, eu esbarro em saudade. Eu quero voltar a ser uma criança, quero parar com as responsabilidades que ganhei nesse ano. Chega. Quero encontrar meus amigos e brincar de policia e ladrão, pega-pega, esconde-esconde. Ou só sentar no banco da praça e ficar olhando pro céu. Alguém, por favor, faz o tempo voltar? Qual a graça de envelhecer? Que 2011 o quê, quero meu 2003 de volta.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

você

Porque quando fecho os olhos, é só você quem eu vejo. Aos lados, em cima, embaixo, por fora e por dentro de mim. Dilacerando felicidades de mentira, desconstruindo tudo o que ja planejei, abrindo todas as janelas para um mundo repleto de borboletas na barriga, ansiedades e beijos. É você quem sorri, morde o lábio. Fala grosso, conta histórias, me tira do sério. Faz ares de palhaço, pinta segredos, e ilumina os caminhos por onde passo todos os dias. É só você.

domingo, 5 de dezembro de 2010

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

sem título

Estou há dias tentando escrever um novo capítulo, e eu simplesmente não consigo. Queria fazer das minhas palavras uma espécie de esboço, onde eu pudesse erguer uma porta dos fundos e descrever uma fuga homérica de todo esse oco cheio de nada em que me perco e me encontro e me confundo e me escondo. Mas é como se eu brigasse com as minhas lembranças e saísse sempre uma casquinha da ferida, fazendo com que sangre novamente. E até que eu aprenda que não sou eu quem devo sair de dentro de mim...

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

em dia nublado

Arrastada do asfalto, uma folha dançava com o vento, e foi seguindo música até seus pés. E eu a enxergava de costas, esperando. Apenas isso, ela esperava por mim. Parei alguns segundos, só para assistir alguém que esperava por mim. Depois um cinza frio pintava o céu, e alguns engasgos de trovão pediam chuva. Eu me aproximei, e ela me sentiu. Virou-se e me sorriu. Apenas isso, ela me sorriu.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

conselhos (de botas e calos batidos)

Não, amigo. Não é assim. Não é assim que você vai mantê-la aí, do seu lado. Não com essa força no abraço. Abraço que segura. Abraço que sufoca. Amigo, me escuta. Eu sei o que eu to falando. Eu a conheço bem. E eu sei que você gosta muito dela. Por isso, amigo, me escuta. Não é assim não. Não com essa sua fome de amor. Não com essa sua vontade de engoli-la. Não com essa vontade toda de fugir com ela por cima dos ombros. Amigo, peraí. Me escuta. Ele não é troféu. Ela não é segredo. Ela não é pertence. Ela não é sagrada. Ela tem defeitos – você não vê? Ela tem vida. E vive. Ela vive. Você não quer ver? Amigo, perai, por favor. Me escuta. Você ta indo rápido demais. Volta aqui um pouquinho. Senta. Ouve o que to te falando. Não corre assim pros braços dela. Ela engana. É atriz. É malvada. É insana. Ela cansa. Ela usa. Amigo, eu to te avisando. Volta aqui, por favor. Amigo? Amigo? ...

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

considerações finais

Às vezes, os medos nos abraçam forte; eles vêm por trás, de pés descalços, sem barulho algum para nos envolver. E quando isso acontece, a tendência nos leva pelas últimas dores, e um vazio imenso se abre por dentro. O medo sempre esteve comigo. No começo era de chegar a um ponto limite. Medo de se entregar. Medo de dizer mais do que a sensatez permite. Mas, depois que já se estava entregue, o medo era de tudo terminar. No fundo, o medo sempre era o mesmo. O medo é sempre o mesmo: da mudança depois que já se vê acostumado. Hoje eu tenho medo do novo. Tenho medo de me mudar. Depois, de chegar a um ponto limite, enfim me entregar completamente, e tudo acabar - mais uma vez.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

de mãos frias

O que me dói nessa hora são minhas mãos. Mãos de poeta, escritas e impulsivas. Letras feias, rabisco. Mãos de gente, que sentem mais que tudo, que alimentam e matam, que transam e que vendem. Que amam. Tudo pelas mãos. E as minhas me conhecem melhor do que eu própria. Doem e resistem falidamente aos textos e ao meu sentimentalismo bobo, assim como agora. E eu amo, sem querer e saber o porquê. Amo as dificuldades, amo a ilusão, a vida nas mãos e no papel, cada vez mais interessante e misteriosa que o próprio viver. E nego-me a qualquer outra maneira de seguir em frente. No momento.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

à impulsividade

Você é uma tremenda babaca, e é assim mesmo, sem um pingo de educação, que eu começo o meu recado. Por sua culpa, e somente sua culpa, eu me remôo por dias, sentindo arrependimento. Por sua culpa eu já disse muitas coisas que não deveria ter dito para muitas pessoas que não mereciam escutar. Você e a verdade fazem de mim uma pessoa pavorosa, que machuca os outros. Eu não gosto de vocês, eu não preciso de vocês, por que vocês ainda estão aqui? Só porque você existe eu me arrependo de ter feito muitas coisas, e eu odeio me arrepender, porque sou orgulhosa demais pra pedir desculpas. Eu te odeio, e é só por sua culpa que eu estou te mandando este recado. Vá pra longe de mim.

sábado, 16 de outubro de 2010

soma de dias

de todos que serão tantos
e a velocidade dos fatos multiplicado por filmes, cafés, estrelas
dividido por provas, trabalhos, correrias
menos alguns minutos de sono
somados a manteiga derretida em cima de um monte de pipocas,
e alguns chocolates,
desse modo, então
enfim
um infinito de você
e
mim.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

primeira quase vez

Foi o beijo demorado que separou a cidade do calor do meio dia e o entardecer, que ia aos poucos apagando a intensidade das cores ao redor. Ela conseguiu sentir o aroma sutil que diferencia uma tarde no parque e um convite para subir ao apartamento misterioso. O tênis foi se travestindo de sapato agulha, preto, deslizado por causa da meia fina que nunca teve coragem de comprar. Foi subindo as escadas para o encontro íntimo - que de íntimo não tinha nada! - Ela sabia o que significava cada degrau deixado para trás, e se tinha a consciência não era íntimo, e nem digno.

Pois bem, ao lado dela na escada o rapaz não sabia que horas eram, não contou quantos degraus faltavam e arrastava os cadarços sem prestar atenção. Enquanto ela, fez e refez a lista mental do certo e do errado, segundo sua mente moralista. Já estavam a dois anos juntos. Tempo suficiente! Ambos maiores de idade e isso deve significar maturidade para encarar esse tipo de coisa. Amavam-se loucamente, e a poltrona do cinema tava ficando pequena pra tanto amor...

sábado, 2 de outubro de 2010

da minha janela

Queria conseguir deixar você saber tudo o que ainda precisa ser curado dentro de mim, com duas das suas palavras mais bonitas, e um dos seus beijos mais calmos. Às vezes, eu gostaria que você visse o mundo aqui da minha janela. Ai você saberia do que eu estou falando. Queria que entendesse meus acessos de seriedade quando alguma frase sua faz meu cérebro pifar. A verdade é que eu odeio esse meu vício crônico de não deixar nada passar, mas foi algo que eu aprendi com meu mundo, enquanto tentava me proteger de mim mesma. E esse é o meu jeito de acreditar em mim e agora em você. Em nós. Bom, talvez eu saiba, de alguma maneira estranha, que talvez nada disso vá funcionar como também eu acredito ser o mais bonito - e mesmo assim, eu acredito -.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

alguém?

As vezes eu sinto vontade de poder falar livremente das minhas cores. Sejam os meus verdes, o vermelho ou o azul. E essa falta de ter sobre o que escrever, de estar presa apenas às palavras, aquelas que me levam até as nuvens. Eu queria um ouvido de ouvir sincero, para enchê-lo de significado em todas as minhas falas; é como aquelas fotografias em porta-retratos, as que ficam em cima de um móvel bonito no meio da sala. Elas seguram alguns momentos, de entender mesmo, só quem viveu. E se me entende, por favor, que me convide a viver. Sempre.

domingo, 29 de agosto de 2010

por todo o quarto

Uma melodia pode começar pela cortina, balançando e entrando por todo o quarto. Quando eu escuto uma música que me faça te lembrar, é como se você entrasse pela janela mesmo, me convidando para fugir dessa cidade. Mas eu posso fugir com você por outros lados, nos cantos profundos dos meus pensamentos. Eu sei que vai ser sempre essa mesma luta: todo domingo vai ser sempre igual, essa tristeza percorrendo todo meu corpo porque acabou o fim de semana, e uma ansiedade angustiada a espera do próximo. E ate lá, vou te escrever e fazer tudo para tentar entrar e ficar cada dia mais próxima do seu coração. Assim como quero que você fique cada dia mais próximo das minhas palavras - mas cada vez mais distante de ser possível ser descrito nelas. E você sabe, eu posso te fazer sonhar. E você sabe, que se você deixar, eu posso te acompanhar... Como uma melodia, que começa pela cortina, balançando e entrando por todo o quarto.

domingo, 22 de agosto de 2010

será que to ficando apaixonado?

Anestesia local. Pulso acelerado, respiração escassa, mãos trêmulas. Estado terminal, doente condenado. Na cama, antes de dormir, perdeu a noção do agora e depois. Tudo segue uma linha desgovernada, correndo para todos os lados, sobe e desce, cai em resistência e ressurge pouco depois. Os lençóis flutuam por todo quarto, o quente parece mais quente e o gelado não vive ali. Os olhos brilham para mostrar que está vivo. Cada detalhe é melhor do que qualquer outra coisa. Agora não tem jeito, e nem que o quisesse. Vem e desvem, rostos em comum, datas que se cruzam, pais e parentes que ainda não se conhecem. Aprendeu a ser sozinho para aprender quanto bom é estar com alguém. Hora da visita programada para os finais de semana. Hospício, diagnostico de maluco, problema mental rente à região correspondente ao coração. Na cadeira de balançar, a madeira faz barulho. Não tem televisão, nem grande paisagem, tão pouco trilha sonora. Os olhos quase sangram de ansiedade, a paz interna luta com o rosto que insiste em mostrar o quanto é vulnerável. A doença de que melhor existe, sem remédio em farmácia, homeopatia ou terapia. A doença não existe porque não pode ser descrita, dentro do coração o sentimento de que melhor já inventaram começa a pulsar novamente.

Caminha pelo corredor e sente a brisa que lhe diz:
- Sim, você está apaixonado novamente.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

outra vida

E Agosto nenhum diria que eu estaria aqui, inserida nesse contexto tão novo pra tão pouco tempo de transição. Por isso, às vezes quando eu fecho os olhos esqueço o que vou ver quando abrir. Assusto, caio nas minhas próprias armadilhas, confundo pessoas e repito velhos erros. As peças reestréiam, os velhos casais de amigos ainda estão juntos. Corta-se o cabelo um bilhão de vezes e chega-se à equivocada conclusão que no fundo falso do coração sempre há a marca amarelada de uma outra realidade que ficou por muito tempo estendida dentro dele. Havia já me acostumado. Pensava que não ia ser de novo e ser assim rápido, nem queria que fosse. Eu estava confortável, acostumada e muito bem até tudo começar a mudar e a mudar e mudar, de novo. Mas agora, agora... Eu to do jeito que eu não queria estar e nunca estive mais feliz.

sábado, 7 de agosto de 2010

tic-tac

O verão foi. O outono foi. O inverno aqui e agora varrendo o pó debaixo da cama. O chá de frutas silvestres. Os amigos que morrem de overdose. Outros entram com o carro de baixo do caminhão. Toma-se vinho chileno. Lê-se Virgínia Woolf. Vira alguém perante a lei. Muda hábitos. Corta o cabelo. Volta atrás. Volta atrás. Traça planos. Vai no cinema. Come menos. Come mais. Volta atrás. Um passo a diante.

E num segundo, o verão de novo.

domingo, 1 de agosto de 2010

alguém

Quando eu penso em você, e que isso não soe piegas: quando a gente tá vivo a gente não fica lembrando que tá vivo, apenas vive. Quando se morre é que se lembra de quando se vive. Você é meu "apenas vive". Todos os dias e não se pula um. Você poderia ser um pouco mais odioso ou um pouco menos amoroso, assim te veria mais ser humano, e não esse sonho que é. Eu poderia nunca mais ver você? Poderia, mas eu não quero.

Por isso eu gosto.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

na terceira pessoa

Ela fez o que fez, e se sentou diante daquela situação errada. Independente do angulo que olhavam, aquela situação só se resumia a isso: estava errada. Não havia salvação de forma alguma. Ali. Ela chegou errado. Na hora errada. Ela fez do jeito errado. Aliás. Errado já foi fazer. Não era pra ter chegado. E não existe tempo correto. Existe alguém pra ocupar aquele lugar – e o lugar é daquela pessoa, e ninguém mais.
É, dizem sempre que ela não sabe amar. Ama errado. Repetitivamente errado. Ela não cansa dessa mania – de virar a esquina quando precisava ir reto, de ir reto quando precisava virar. Contornar o que deveria ser feito. É. Não só no amor. É assim em vários sentimentos. Mas é. É principalmente no amor. É ela, assim.

Mas não, não pense isso. Não pense que ela escolhe a pessoa errada, não. Não é esse o erro - a pessoa errada é ela. Na verdade, eu acho mesmo é que não é ela que não sabe amar - é o amor que não sabe ser dela.

terça-feira, 27 de julho de 2010

quando eu morar sozinha

Cores pastéis nas molduras dos quadros contrastando com as paredes vermelhas; a janela sempre aberta; uma vitrola tocando Beatles; vinho tinto em uma das mãos; pedaços de pão italiano em cima de uma toalha de mesa florida; um guarda roupa vintage; uma estante cheia de livros; adesivos divertidos nas paredes - pode ser de uma árvore com um casal de passarinhos namorando, ou outro, ainda não sei; um relógio gigantesco condenando o meu viver; um telão e um projetor; um armário só de filmes; um maine coon na mesa de centro; um laptop embaixo da janela sempre aberta; um pomar do lado de fora com algumas coisas que eu gosto - e que ficam bonitas juntas: caqui, tomate e morango; um balanço e um cachorro sentadinho do lado.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

tudo jogado

Quase que sexualmente um frio na espinha escalava a espinha dorsal de costas bem protegidas pelo frio. Barrado pelo medo, a sensação morria num desespero inútil por saber que nunca será totalmente único a quem, por quem, a modo de quem, por alguém. Tudo que você sentir agora, ou depois, é usurpado e ultrajado de outro momento. Todos que conheço já disseram "eu te amo mais" de uma vez. Mais de uma vez. E então, banalizado está o amor.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

primeiro semestre

Janeiro, enterro pra começar
Fevereiro, cinzas dançantes
Março, abrir de caminhos
Abril, abraços e despedidas
Maio, super size me
Junho, controle remoto
Julho, páginas com sol

segunda-feira, 19 de julho de 2010

com Sol e Lua no céu

A caixinha estava aberta de linha e agulha para celebrar a ocasião: haviam devolvido o meu coração, envolto em um pano branco e neutro. Assim, sem nenhuma digital, ninguém sabia por quais mãos ele havia transitado.

sábado, 17 de julho de 2010

relógio sem marca

Eu não queria mais sair dali, daquela situação, mesmo no seu limite. É como quando não se quer sair do carro só para ouvir mais da música que toca no rádio. E depois de todo esse asfalto que eu conquistei, aonde foi que eu cheguei?

terça-feira, 13 de julho de 2010

dos cabelos de pessoa louca

Hoje sonhei que um homem me disse exatamente isto: "De acordo com a segunda lei de Newton, a aceleração deste sistema é nula. De acordo com a primeira lei de Newton, todas as partes de um sistema em equilíbrio também estão em equilíbrio. Amanda, onde está o seu? Pra onde foi o seu equilibrio?"

Amanda? Você ainda esta aí?

quinta-feira, 8 de julho de 2010

vômito

Ela grita. O olhar indignado, ela chora. Não há nada mais frustrante que a sensação de impotência, e não poder fazer nada diante do que se quer mudar. Ela não. Ela recusa a frustração: é orgulhosa demais, tenta sempre justificar as falhas com argumentos positivos. Mas ainda chora escondida. Olha-se no espelho do banheiro e não se enxerga, não se reconhece em si. É toda uma máscara bem feita, e só o que sobra de verdadeiro é o olhar indignado, inquieto, ansioso. “Por quê, meu Deus, por quê?” – grita. Os olhos embebidos por água salgada, do mar calmo e silencioso, que pede vida, mais vida. As lágrimas saem na tentativa de expectorar o gosto amargo da boca. Como vômito que quer sair e se engole de volta, e de tanto engolir, sai com mais força – o gosto mais forte. Depois seca o rosto e engole o choro até a hora de vomitá-lo novamente.

Tem sido assim a algum tempo. Ela sai do banheiro para a vida: toda mulher que é, a expressão orgulhosa e a máscara bem presa à pele. Maquiagem que disfarçam os olhos vermelhos, pequenos vestígios da revolta recém-vomitada.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

compreensão

Hoje amanheci crua.

Meu café está muito quente e minha língua queima toda vez que bebo um pouco. E não me importo. Me queimo. Vai queimando dentro de mim todos os resquícios de fragilidade que ainda restavam. Eram resquícios apenas. Sobra a rigidez implacável de mulher. Sinto-me tão mulher hoje! Não menina: mulher. E minha pontuação nem sempre é compreensível. Aprendi com Clarice, que dizia que a pontuação é a respiração da frase.

Respiro assim. Pausadamente, cortadamente. E o ar que entra e sai dos meus pulmões também é assim. Cheio de fragmentos, cheio de grãos. E é arenoso. O que faz com que eu me queime mais com meu café, numa tentativa deplorável de acabar de vez com o que resta de mim.

Sou um ser inconstante. Se não souber conviver comigo, sugiro que afaste-se. Eu não mudo. Eu me respeito. E estou morrendo a cada segundo, morrendo dentro de mim mesma e das minhas veias que pulsam desesperadamente.
Aprendi que nesta vida o que nos resta é a morte.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

domingo, 27 de junho de 2010

distraída como a realidade

A vida muda tão rápido que esse endereço eletrônico ao ser solicitado para ver postagens mais antigas vai mostrar de forma clara o quanto não se pode esperar tanto de tudo, mas sim viver intensamente para preencher todos esses dias de qualquer declaração que um dia valha pra entender porque me sinto com 200 anos agora.

sábado, 26 de junho de 2010

se eu fosse uma massinha seria cor de laranja

a massinha que é meu corpo
tem moldado e desmoldado de forma rápida
deixando alguns pedaços cair no chão
outros grudarem na folha sulfite
tem dias que teimam em me grudar com outras
as cores se misturam, crio tantas formas
personifico imagens
grudo-me
volto pro potinho
e durmo.

terça-feira, 22 de junho de 2010

tudo que não é mais

Eu te disse, eu desejei, uma hora tudo iria passar e sempre há alguém pra se colocar no lugar.
Eu fiz também, por merecer, a cada minuto não estar com você para seu caminho transcender.
Histórias se independem, um livro de capítulos, estaremos sempre algumas páginas atrás e o desejo de ser feliz algumas páginas a frente.

Menina de palavra, essa que sou eu:

Whatever tomorrow brings i'll be there
whit open arms and open eyes, yeah.
Saiba e Siga.

domingo, 20 de junho de 2010

cala-frios

Ele pressionava os dedos contra qualquer tecla do piano, que se perturbava em notas pela dor que causava. Lá na última fileira, uma menina sentia os pelos se arrepiarem por debaixo de tantas blusas de frio, que inutilmente trançadas de tricô não seguraram um corpo faiscante.

domingo, 13 de junho de 2010

um pó de prilimpimpim

que vem nos seus pés folgados em tênis folgados, perto de um coração que deu uma voadora em um copo de cristal recém colado com cola tenaz. Quanto mais um fragmento fragmenta-se, mais o abstrato pode ser alcançável. E quando esse coração que aqui vos escreve, calejado de tanto apanhar tomar uma forma desconhecida, assutar-se-ão. Todos. Menos eu. Que estarei preparada pra você.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

ei, Mundo

Quando parou para se observar, não estava mais. Não estava mais onde tinha se deixado. Não estava para que pudesse ser buscado.
E agora, Mundo? Você ainda pode enxergá-lo?

"Estou aqui mais uma vez. Ou melhor, não estou. Mas quase estive um dia. Sempre quase. Quando tentei acreditar que o coração fosse algo que fizesse sentir, tentei acreditar no que pensava ser mais bonito. Agora não saio mais dessa minha verdade apagada que me faz desaparecer perto de qualquer tentativa de me resgatar do fundo. Sim, Mundo. Estou cada vez mais longe da superfície. Não sinto mais as minhas mãos - Não sinto mais. Ainda não sei se é pelo frio que vem de fora, ou esse que guardo aqui, esse que vem de dentro. Quase nevando. Branco. Neve. Nada. Me faço presente na maior ausência existente e sei que isso deveria doer. Mas, Mundo, disso eu já não sou mais capaz."

Tudo estava escrito em silêncio, e era impossível de ouvir.

sábado, 5 de junho de 2010

santa chuva

"Quem foi que te ensinou a rezar?
Que santo vai brigar por você?
Que povo aprova o que você fez?
Devolve aquela minha tv que eu vou de vez."

M.Camelo

nem uma cigarra sequer

Em meio a essa quietude, decido que é hora de parar de pensar se isso ou aquilo é socialmente errado. Já não ligo pra isso. Não sei, acho que comecei a entender que a felicidade, muito mais do que um estado de espírito, é uma questão de tempo. Estou com frases guardadas na garganta já faz algum tempo. Direi-as quando for a hora, e se ainda tiver sentido. Sentido este que muitas vezes é somente complemento, o que vale mesmo é continuar andando. Quem quiser me acompanhar, que me dê a mão, pois em meio a esse silêncio premeditado, eu já não consigo mais parar. Seguir em um ou dois é só uma questão aritmética, mostrando que não importa estar junto, mas sim estar em constante pensamento.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

terça-feira, 25 de maio de 2010

exatamente agora

Não é de agora essa historia louca, que anda de boca em boca até cair na do povo. Não é de agora o tempo passado, que virou pó no meio do vento e voltou assoprado de mala e cuia com memórias que a mente talvez quisessem ter apagado. Não é de agora os dias do adeus que o telefone deixou de tocar anunciando uma voz conhecida do outro lado de uma linha. Não é de agora o dia do sol da manhã que o peito estufa e clama por um bom dia que não chega na tal vida a ser vivido. Não é de agora e nem de sempre as lembranças com suas impressões, textos e fotografias a serem guardados na minha caixa perdida com tranqueiras realistas. Não é de hoje que eu quero escrever. Não é do futuro que eu quero viver. Não é do passado que falta esquecer. Não é de agora que eu quero saber.
É de sempres e nuncas.
De pelos e nucas.

De mim
e de você.

domingo, 16 de maio de 2010

lista de impossibilidades

- eu quero ouvir música sem apelo vocal.
- ler livro sem apelo moral.
- ver TV sem apelo sexual.
- beijar alguém sem apelo casual.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

canecas de chocolate quente

Tenho comido mais, devorando o frio do outono.
Dando bola fora, pensando que sei alguma coisa de coisa alguma.
Ninguém quer estar sozinho quando o inverno chegar.

sábado, 8 de maio de 2010

esvaecer

O mundo é tão pouco meu, 
que essa parcela insignificante do que me pertence 
as vezes parece se dissolver por completo. 


E essa parte tão pouco minha das coisas vai pra onde?

quarta-feira, 5 de maio de 2010

another forever

Virei antagonista. 
Só não sei se sua. 
Só não sei se minha. 
Só não sei se dela.

Qual a nossa música tema?
Só não sei se a sua e dela. 

A sua e minha. 
Ou a minha e a dela.

Quem se ama nessa história?
Você ainda ama ela? 

Eu sei que te amo agora, 
porque amo um pouco ela.

Se ela te fez assim agora, 

quem sou eu pra falar mal dela?

Ainda bem que eu não fui ela antes.
Porque se não agora ela seria eu, 

e eu seria ela.

E você continuaria sendo você, 

com qualquer uma das duas.

E não vai demorar:
cairás sobre nós 

a quarta pessoa.


Só não sei sobre quem primeiro:
eu, você ou ela?

domingo, 25 de abril de 2010

ainda que sem arco-íris

Que chuva linda - ela pensou – olhando para aquele céu que parecia o palco de um teatro. As nuvens se vestiram de cortinas para apresentar naquela tarde cinza um espetáculo jamais visto – o espetáculo da solidão que sorria. Aquelas gotas representavam as pessoas que passaram, feito garoa fina. Houve atores ruins, não souberam mentir. Esses bateram de cara no vidro da janela, sem muita força, e escorreram. Outros ainda tiveram seus minutos de fama, foram granizo, fizeram barulho. Mas todos caíram no final. E ela ali, assistiu ao espetáculo sozinha e sorrindo, afinal, esse era o tema da peça. Acendeu seu cigarro e ficou lá, vendo os atores caírem por entre as cortinas de nuvens. Apreciou todas as cenas passadas e refletiu sobre a moral da história. Sorrindo, na sua solidão tema da tarde cinza.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

a fresta de não sei onde, o raio de não sei o quê

Um fio cor de sol atravessava a sala escura. Nasceu na parte baixa do chão esquerdo, se estendia em forma de arco e morria mais laranja do que o começo na outra ponta, tal como um arco íris de um único tom. O laranja era uma linha curva e nada mais. A sala que desde sempre nunca teve janelas, portas ou pessoas, estava destinada em ser apenas uma sala de quatro paredes que juntas representavam um quadrado. O quadrado pouco cíclico, formado por cantos que nunca iriam se juntar, ângulos que dentro daquele quadrado eram tão iguais. Até o dia em que um fio laranja atravessou a sala escura pela primeira vez. O pequeno clarão produzido por aquela novidade encheu a sala de outra coisa que não o negro. Era uma luz bonita, sedutora, e em cada canto da sala era visto um degrade diferente. Agora era uma sala escura com o fio da cor do sol.

domingo, 4 de abril de 2010

a menina que pontuava

Quando menina, brincava e sonhava. Jogava com o vento, chorava na estrada. Diferente de todas as outras meninas, foi crescendo lentamente. De vez em quando, a mente estacionava e o corpo espichava. Era uma correria danada para tentar entender. Novidades, mudanças, responsabilidades. Ainda menina, aprendeu a pontuar. Começava uma história, a vivia, e colocava o seu ponto final. Sua vida fora um livro de crônicas. Abriam-na, lia um capítulo e ponto final, ali terminava uma história de criança.

Nunca deixou de pontuar. Andava para lá e para cá aflita, roendo as unhas, comendo brigadeiro, escondida em seu paradeiro de quatro paredes. Sentava atrás da porta e sorria. Ouvia sua música preferida no último volume e cantava, acelerando e aumentando a voz a cada refrão. Duas vezes. Atrás da porta também chorou, como sempre, suas lamúrias. Ficou doida. Passou por dificuldades. A porta era sua amiga. Ali, aquela madeira sem tinta e sem vida, era sua melhor amiga. Nela, espelhava e vivia. Dançava e pulava, fazia suas caras e bocas. Se enraiveceu. Xingou a porta. Ela ficou de lado. Era o sinal da nova fase, do outro capítulo. Ponto na crônica. Era uma vez.

Mais crescida, abandonou a imaginação. Pegou e sentiu o real em um tapa que, de soslaio, a assustou. Resolveu procurar e enxergar. Andou sozinha, de mãos abertas para o vento. Voou com ele. Sentiu seu coração desacelerar, a tristeza chegar, o amor nascer, a doidera crescer. Já tinha lá os seus 16 quando descobriu a paixão. Bebia sem parar. Sua nova amiga já estava lá. Resolveu parar. Tinha uma vida e uma história nova para formar. Jogou um ponto e foi feliz para uma nova aventura, que poderia ser grande, diferente e final.

A história já começou pontuada. Foi toda errada. Indisciplinada. Sábia. Demorou tempo demais para se formar. A ingenuidade batia à porta e dizia que era companheira e confortável. Abraçou a causa. Fechou os olhos para aquilo que o mundo jogava em sua cara. Rebatia, assustada. Acreditava nas pessoas. Acreditava. Uma astróloga pegou a menina em um bate papo descrédito. Narrou o seu nome de muitas letras. Contou sua idade. Refletiu e olhou assustada. "Você sabe o que te espera daqui pra frente, não sabe?". Com uma lágrima limpa escorrendo na face, enrubesceu, apoiada na mesa com o peito dilacerado. Era um novo tempo. Um tempo que não era seu. "Cuidado, garota de roupa vermelha. Você tem um dom, não o jogue fora. Não o enterre". Pode deixar. "Seu erro ainda vai ser confiar nas pessoas com facilidade demais". A menina já sabia. Já sofria. Já escondia. Era hora do ponto, mas este ela quis segurar.

Em devaneios de pesadelos, suores noturnos anunciavam o futuro mais que certo. Era tempo de sofrer sozinha. Era tempo de abraçar o orgulho. Era tempo de ser viva. Nunca mais a garota iria confiar em alguém. As vestes tristes diziam que ela seria esquecida um dia. Estava escrito. Ela sabia, porque ela podia ver. Ela via pessoas, ela ouvia conversas, ela fofocava assuntos, ela jogava o maduro. Foi de galho em galho que descobriu um jeito de sair dali. Acreditou que não era preciso viver de passado. Pontuou, de forma brusca e exata, mais uma crônica. Acreditou.

Começou a jogar e a dançar a lambada das mentiras. Jogou aqui, jogou acolá. Conversou com quem quis sem se mostrar. Descobriu verdades profundas, descobriu medos passados. De tempo em tempo, o ponto lhe voltava à mente, mas sempre fora esquecido. Esse último, de tão importante, ficou imponente. E tudo foi passando. A garota foi deslumbrando. A outra parte foi se mostrando. O mundo foi abrindo. E é assim, no gerúndio mesmo, na vida andando, que ela descobriu que não podia controlar aquilo tudo. Era jeito. Era identidade. Era criação. Era insegurança. Era a vida entrando pela antiga porta.

Ta aí. Uma nova história, um novo caminho, um novo percurso. Com tudo mais claro, desconfiada, segue no trabalho. Quem sabe, assim, ainda querendo ser amada, um dia não cai em um achado, desolado, querendo seu abraço. É primavera e eu te amo. É verão e eu te odeio. É inverno e eu preciso. Virou primeira pessoa, virar história real. Ainda sonha.

Essa garota, esquecida do seu ponto que não termina, começou essa nova jornada. Sentou atrás da porta desenhada. Sorriu para todas as suas mais doloridas mágoas. Tomou o seu banho. Sorriu de novo e de novo, e ainda não deu ao livro um fim.

quarta-feira, 31 de março de 2010

eu tenho sido

eu tenho sido uma louca.
eu tenho sido pouca.
eu tenho sido cínica.
eu tenho sido frouxa.
eu tenho sido rouca.
eu tenho sido cega.
eu tenho sido amante.
eu tenho sido outra.
eu tenho sido amiga.
eu tenho sido quadro.
eu tenho sido quadrada.
eu tenho sido livro.
eu tenho sido história.
eu tenho sido tudo.
pra não ter sido nada?

sexta-feira, 26 de março de 2010

casmurrice

Dá o rosto para outro puta tapa na cara pra largar de ser idiota.
Quem sabe assim enxerga. Abre o olho. Olha pra frente.
Nem existe mais o medo, já conhece essa vida.
Já esteve muito por aqui antes, e já voltou aqui a tempo suficiente pra se lembrar.
Não é bom, mas ensina. Então aprende.

Mas ainda quer insistir, não é? Pensa que dá, pensa que dá.
Não dá! Olha pra frente, não dá!

Não quero gritar.
Por favor, não me faça gritar.

quinta-feira, 25 de março de 2010

você da vez

Aqui te chamarei como já chamei tantos outros:
Você será você, outro você.
Só mudou de endereço, de humor, até de falas.
Mudou do antes para o agora, e o agora é o mais importante.
Você continua sendo o mais bonito.
Você continua tendo o estilo mais legal.
Você continua fazendo o que os outros vocês, antes de você, faziam dentro de mim.
Mais um você dentro do meu único e solitário eu.
Como apertar tantos vocês dentro desse eu pequeno?
Eu sei que você, assim como todos os outros vocês, vai embora qualquer hora.
Porque depois de tantos outros, assim como você, ja não me importa o dia e sim a hora.
Peço para que parta bem de manhã ou bem de noite. Qualquer dia.
E eu solitário vou viver esperançosa, até o dia em que mais um de você, deixe finalmente esse título de lado e tenha um nome fixo.
Porque seu nome talvez nem chegue aos meus ouvidos, e já se vá.
Mas o que importa, neste momento de eu e de você, é que nosso destino ta cravado em alguma hora, em algum lugar. Eu sei.
E enquanto você pode ser o meu favorito você, é melhor aproveitar.

sábado, 20 de março de 2010

escondida

Merda de vida. E eu falo isso como se estivesse com uma garrafa na mão, olheiras enormes, fedendo a bebida; mas eu pareço completamente bem em frente ao computador, ouvindo Cazuza.
Minhas roupas estão limpas, meu corpo está ileso, minhas tarefas estão organizadas. E por dentro essa podridão infinita, como se este corpo estranho estivesse possuindo minha alma.

segunda-feira, 15 de março de 2010

dividir-se

- A questão é a seguinte, o que você vai fazer o dia que acordar e sua vida não ter mais sentido? Vai se desesperar e cometer uma loucura? Ou vai recolher os pedaços que sobrou dela e dar graças por essa ‘chance’, que muitos têm esperança de receber?
Pare e reavalie tudo que já passou. Avalie suas amizades, seus objetivos, suas alegrias e tristezas, medos e inseguranças. Suas prioridades. Avalie você mesmo. Uma vez, duas vezes, sete vezes. Se for preciso, sete vezes sete vezes sete.
Pode parecer bobagem falar isso dessa maneira, nesse lugar. Mas eu falo o que penso e o que bem entendo. Se te ofendeu, me perdoe.
Mas agora a bola está nas suas mãos.


- Eu não quero me avaliar. Que se foda o que eu fui ontem, antes de ontem, do lado avesso, de quatro, de oito. Pode parecer bobagem, mas meia dúzia de palavras podem sim definir uma pessoa. Meia dúzia de beijos, de flores, de paisagens. Mas a paisagem continua intacta, sempre a mesma. Eu não falo o que eu penso, e esse filtro de verdades parece um muro entre nós dois. Eu vomito amores e canto palavrões, cada dia como qual, cada dia único.
Lá vão seis palavras pra você! Se quiser engole, se não rejeita: Quer ir comigo no shopping quarta? Quem sabe lá a gente troca mais de meia dúzia de palavras doces, e as multiplicas por sete. Ou sete vezes sete.



- Fácil falar quando um fio encapado todo cortado pelo arrastar dos móveis nos separa. Na realidade, falar é muito fácil. O difícil sempre é o fazer. Dizem que um gesto vale mais que mil palavras. Mentira. Nem que me paguem eu acredito nisso. Porque mil palavras podem atingir muito mais do que um gesto se forem bem escritas. Então não me venha dizer de lugares que nos encontramos, quantas vezes nos beijamos ou passeios no shopping para multiplicar tudo por sete vezes sete. Já me teve uma vez, e não soube valorizar devidamente. Tudo bem, eu compreendo.
Quem sabe um dia partilharemos das mesmas paisagens, mas não da mesma paisagem, eu saberei a sua flor favorita, e se você não tiver uma, não tem problema, eu compro os parques e as lojas, os canteiros e as praças pra descobrir qual delas faz você sorrir.


- Você odeia gerúndio, eu odeio passado. Dizem que o imperfeito não participa do passado. Mentira. Nem que me paguem eu acredito nisso. Mas confesso: você me conhece muito bem com meia dúzia de palavras. Sabe que eu não tenho uma paisagem favorita, não tenho uma flor favorita, e não tenho, principalmente, um jeito meigo de manter as coisas no seu curso normal.
Quer ir comigo no shopping sexta? Mas não de carro, nem de trem, nem de metrô. A gente iria de balão, de skate, de barco, de mãos dadas. E de jeito nenhum, nem que passassem correndo entre nós dois eu soltaria dela. Não naquele dia. O que vem depois não me diz mais respeito.
Chega de pensar o contrário. Todo mundo muda! E muda diariamente. Às vezes minha mão, no dia seguinte, queira apenas te pegar os cabelos, ou o rosto, ou as costas. E quer saber, queria te mandar comentar, e não reclamar. Seja mais passiva, sussurre, abrace, fale bem, não julgue. 



Pra que a sua vida siga adiante.

sexta-feira, 12 de março de 2010

sobre a musica

Ela é sem ritmo, é sem rima e é sem graça. Ela é estranha, é ruim e mal cantada. Ninguém sabe o que diz, mas sabem que ela é amarga. Dizem que chora, dizem que escorre lágrimas. Ela é assim, meio dúvida, meio certeza, meio dolorida, meio beleza. Ora soa gostosa, ora soa chorosa. A música se espalha pela casa como uma criança novata. Gosta dos vasos, desliza nos cantos, passa da mesa, pinga no banco. O homem, jogado no canto, pensando no amor, escuta com a certeza de que a música que toca não diz nada, não tem sentimento, não tem carinho, não tem bondade. O homem chora. O homem chora o passado, chora a vergonha, diz que é mal tratado. O homem sabe que está errado. O homem sabe que erra. O homem não arruma o passado. O homem desistiu de viver, desistiu do prazer, desistiu de querer. O homem percebeu que na sua vida, quem manda, são os outros. Seu amor, quem tem, é outrem. Sua dor, quem sente, é ninguém, senão ele, jogado na sala, sentado na mesa, com aquela velha incerteza... Será que um dia alguém vai saber o levar?

E a música toca, toca, toca sem parar.

quarta-feira, 10 de março de 2010

a mentira

Nunca me cobre de algo que você faz melhor. Nunca me peça nada se você não é diferente. Nunca me encurrale se você não se solta. Nunca me culpe se você vem armado. Nunca me diga nada que não seja verdade. Nunca me iluda se não acredita. Nunca me machuque com suas vontades.

Ninguém sabe o que é a verdade. Se é a mentira ou se é a falsidade.

segunda-feira, 8 de março de 2010

quebrado

Dói. Dói algo que não é meu. Dói aquilo que eu não tenho controle. Dói o rosto, doem os braços, dói a vontade, dói a saudade. Eu quero ir, de prontidão, como sempre, mas sei que o passo é falso, de novo. Sei que nada muda. Sei que nada é certo. Sei que a dúvida é desanimadora, sei que o tempo estraçalha. Sei que dormir com a última imagem tua faz meu coração se esmigalhar, sei que a lágrima escorre, e sei que o silêncio deve ser meu, meu.

A dor, dizem, passa. A saudade, dizem, fica. O passado, dizem, apaga. O futuro, dizem, se escreve. Você, eu digo, não era pra virar história, nem reverter o sentimento, nem causar dor. Mas causa.

Ando, agora, machucada. De novo. Por machucar. Meus olhos não negam a tristeza. Ninguém nega. Disseram que o futuro era de felicidade. Eu aprendi a gostar de rimar. Eu gosto de amar. Mas o amor não gosta mais de mim. Perco já a rima, mal feita, o compasso, e eu não sei mais o que fazer.

Eu dei um fim, e é nele agora que eu passo meus dias.
Um fim.
O fim.

A vinte anos eu nasci

Parabéns pra mim.

Era pra ser o meu dia. O meu dia mais feliz.

domingo, 7 de março de 2010

moralismo

Não acredito mais em ninguém. Em nenhuma palavra. Como alguém pode ser tão baixo, tão ruim, tão... Falso? Como alguém pode prometer uma coisa e fazer o contrário? Como alguém pode insinuar algo e fazer diferente? Como alguém consegue ser tão indiferente, tão frio, tão calculista, tão competitivo, tão idiota?

Sério. E eu achando que o erro era meu.

segunda-feira, 1 de março de 2010

não gosto de você

"Mas dessa vez tô ignorando o telefone. Mesmo que ele fique no meio das minhas pernas o dia todo esperando um telefonema seu. Mas você jamais vai saber disso. (...) E eu corro no espelho de novo e repito cem vezes que não gosto de você. Não gosto de você. Não gosto de você. Não gosto de você. Porque se eu gostar de você, eu sei que você vai embora. E eu simplesmente não agüento mais ninguém indo embora. Porque nessa vida maluca só se dá bem quem ignora completamente a brevidade da vida e brinca de não estar nem aí para o amor. "

[Tati Bernardi]

50 Razões para NÃO casar com uma FOTÓGRAFA

Vi e adorei.

1. Fotógrafa trabalha nos fins de semana, dia que pessoas normais usam para descansar e passear com a família.


2. Ela não dorme, faz beckup, edita, retoca, diagrama álbuns e esse ciclo nunca termina.

3. Em caso de incêndio, ela entrará em desespero e será capaz de encarar o fogo, mas não se iluda achando que ela vai salvar você, sem dúvida alguma, o que não pode queimar são seus equipamentos.

4. Trabalham muito, vivem esgotadas, sobrecarregadas, têm sérios problemas de coluna e adoram receber uma massagem diária. Ficou animadinho? É só a massagem seu bobo!

5. Se você sonha somar renda com ela e presenciar lindos números na conta bancária, mude de idéia urgente! Fotógrafa ganha mal, bem mal.

6. Ela vira uma psicopata se disser diante de uma bela foto, que seu equipamento é ótimo.

7. É capaz de iniciar a 2ª guerra mundial, se disser que fotografar é só apertar o botão.

8. Quando ela fala sobre uma “grande angular”, com certeza, não está fazendo uma analogia sobre seus dotes masculinos.

9. Na hora em que você levanta, ela está indo pra cama acabada e na hora que ela acorda, o dia já começou faz tempo prá você.

10. Nunca tomará café da manhã com ela, pois ela só sai da cama quase na hora do almoço.

11. Se tentar acordá-la cedo, pós-evento ou uma noite de edição, você é um homem morto!

12. Fotógrafa é fetiche masculino e é freqüentemente assediada nos eventos. Se não é um homem seguro e é ciumento, corra dela!

13. Quando ela fala sobre abertura de diafragma, não é em sexo que está pensando.

14. Quando cita a profundidade de campo, querido, não abra um sorriso. Ela não se apaixonou repentinamente por futebol e continua sem entender exatamente nada.

15. Quando o assunto é a velocidade do obturador, não há razão para ficar animadinho, pois não está pensando em sexo também.

16. Quando ela der um raio “x” naquele bofe maravilhoso, não perca tempo tentando brigar com ela, pois ela dirá que é apenas uma observação estética do modelo.

17. Sim, ela vai fotografar homens muito mais lindos que você, com pouco pano ou nenhum, com direito a arrumação no cabelo e na roupa.

18. O programa preferido dela nos poucos dias de folga é sair antes do sol nascer para aproveitar a luz e fotografar, pois é a única criatura no mundo que encara trabalho como hobby.

19. Quando acompanhá-la pra fotografar, carregará aquela parafernália toda e de quebra, será seu assistente com apenas um inconveniente, de graça!

20. Ela adora passeio em parques, museus, galerias de arte, cafés e qualquer outro lugar onde possa respirar e falar sobre fotografia.

21. O pouco dinheirinho que ela consegue juntar, abre as assas e alça vôo para as lojas de equipamentos fotográficos, de informática e livrarias.

22. No carro de vocês nunca faltarão tripés, fundos, rebatedores e etc, etc, etc...lá será sempre uma extensão do estúdio, entende?

23. Em todas as festas e viagens, ela será sempre a fotógrafa oficial. Se não aprendeu a regra da divisão no estudo fundamental, nem tente.

24. Suas viagens nunca serão à dois e sim à três: você, ela e a câmera, que sempre vai estar entre o seu abraço e o dela.

25. Quando ela disser: Cuidado com o bebê, não é do filho que está falando, mas pra carregar com cuidado sua câmera de estimação.

26. Quer ver poucos dias sobre a terra? Então, jogue a bolsa dela de equipamentos no chão.

27. Quando ela planejar um seguro, não é o da sua vida tolinho, mas sim, do equipamento fotográfico dela. Ele sim precisa de cuidados especiais.

28. A noção de estética da fotógrafa é diferente de quem não é. Ela não verá problema algum em ficar nua em pêlo para ser fotografada pelo amigo fotógrafo. Lembrando sempre que é tudo pela arte e linguagem fotográfica.

29. Fotógrafas são egoístas, egocêntricas e metidas, pois sempre dizem que o olhar da fotógrafa é mais carregado de sensibilidade.

30. Fotógrafas fazem e arriscam qualquer coisa por uma boa foto. Estou dizendo: Arriscam qualquer COISA!

31. Se odeia nomes estranhos, saiba que vai ouvir muito sobre Cartier-Bresson, László Moholy-Nagy e tantos outros.

32. Fotografia pra ela é um dialeto e ela adora essa linguagem.

33. Ela é capaz de passar mais tempo apreciando a bela captura que fez da sua imagem, do que olhando pra você.

34. Fotógrafa trabalha em todas as estações do ano e isso, inclui os feriados.

35. Fotógrafa tem sempre um congresso pra ir e passa um final de semana todinho fora.

36. Quando ela vai ao cinema ou assiste um filme, analisa a luz, fotografia de cena, enquadramento, enquanto você vibra com o roteiro.

37. Ela passa o dia inteiro online, checando as redes sociais e os e-mails.

38. Logo que acorda, checa o e-mail, o Twitter e o Facebook.

39. Quando têm insônia, aproveita pra postar umas fotos novas no blog e divulgar na rede.

40. Quando ela tira férias, que é um milagre, pensa bem pra onde vai, pois o lugar pode se tornar uma futura locação.

41. Quando ela vê revistas, sempre está procurando os erros de técnica e edição.

42. Se você cair com a câmera dela, ela corre pra socorrer a câmera!

43. Fotógrafa sempre pede opinião, mas é apenas um pretexto pra ter com quem discutir fotografia.

44. Adoram homens de All Star, até no dia do casamento!

45. Você será visto por ela como modelo fixo para testes. (entendeu agora? rs)

46. Sempre será solicitado pra postar os DVDs, trabalhos e afins no correio.

47. Vai ter que aprender a cozinhar, pra se virar quando ela estiver trabalhando nos finais de semana.

48. Vai virar babá integral do filho.

49. Nunca vai carregar seus amigos no carro, sempre lotado de equipamentos de fotografia.

50. Terá que atender umas 500 ligações na ausência dela e anotar todos os recados!

por Luciana Martinez

- Mas também tem 23 motivos para se casar com uma Fotógrafa de Mônica Canejo, poxa vida. =)

sábado, 27 de fevereiro de 2010

aquela puxadinha pro lado

Fazia muito tempo que eu não tinha vontade de sorrir para nada nem para ninguém, então era extraordinário que ela conseguisse perturbar assim o canto de meus lábios.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

carta de despedida

Eu abri a janela para que o ar arejasse as palavras difíceis que vou te escrever. Desesperada, tentei despejá-las ao vento para desviar o destinatário. Tentativa falha essa de querer separar do remetente o que se preparou durante meses para dizer. Nada é invenção, não quero fazer essa história virar poesia. Não tenho mar para descrever um encontro, só água suja indo para o ralo, agora.

Meu desejo era que você não me reconhecesse pela a caligrafia, e lesse essa carta como a de um desconhecido com o coração estraçalhado. No fim vou selar o envelope comigo na parte de fora dele, na tentativa de afastar a pessoa que um dia você conheceu, a fim de me tornar apenas mais uma página da sua vida, literalmente.

Tomei o cuidado para que por dentro você estivesse mais confortável, quando essa hora chegasse. De todas as outras cartas, essa é a única que não comecei com a habitual saudação. Troquei as canetas, o papel e não coloquei data. Tome-a como eterna, porque resolvi que assim vai ser. Só de sentir uma fresta de sol no meu olho esquerdo eu sei que nem te escrevo mais do mesmo lugar. O que quero dizer, desde o início, é que essa é uma carta de despedida definitiva. Tomei a liberdade de me despedir por você e por mim. De você, e de mim.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

E como se fosse a única a reparar na beleza da vida de tudo,
ela andava.

E foi andando, como mais uma entre tantos.
Entretanto ventava de dentro pra fora, e sabia disso.
Só não sabia o que era, mas preferia não dar nomes.
Nunca gostou de nomes, por isso tanta coisa era coisa.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

para o que importa e que não comporta mais

Talvez eu continue molhando o meu rosto. Continue porque vejo tudo, e apenas me convido a fingir não ver. Os olhos fechados ainda sentem dor. Desistir seria então abrí-los. Desistir seria então ter coragem de afastar da visão aquele tão acostumado quadro mal pintado. Talvez eu continue molhando o meu rosto. Continue porque me deixo levar pelo mal gosto, e para onde só sei amar. Quando eu mudar, voltarei para trás, para quando antes eu não molhava o meu rosto, e quando antes do antes, meus olhos estavam sempre abertos.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

diário

"Que coisas são essas que me diz sem dizer, escondidas atrás do que realmente quer dizer? Tenho me confundido na tentativa de te decifrar, todos os dias. Mas confusa, perdida, e sozinha, minha única certeza é que cada vez aumenta ainda mais minha necessidade de ti. Torna-se desesperada, urgente. Eu já não sei o que faço. Como pude cair assim nesse poço fundo? Quando foi que me desequilibrei? Não quero me afogar. Quero beber tua água.
Não te negues, minha sede é clara."

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

artimanhas ruins

Que vergonha, a maldita torcia para que ele tivesse a mesma sensação de falta que ela. Seu corpo pedia mais um pouco de velocidade artificial. Procurava nos assuntos proibidos uma maneira de construir sua armadilha. Eram com cutucões e alfinetadas de indiretas que pretendia pendê-lo para a tentação. Ela não havia se cansado, muito menos sentido o perigo soprar sua nuca, ainda era apenas um calafrio usual de dias gelados. Mais um cigarro, pensou, acendendo mais um cigarro teria tempo suficiente para atravessar o espaço que separava os pensamentos dela para os dele. Ela tinha que ganhar no silêncio a cura de um mal psicológico, antes que o psicológico se tornasse físico. Essas idéias que ela carrega são os inimigos. Esqueça-as, que vergonha!

sábado, 6 de fevereiro de 2010

prevenção

Percebeu que tinha alguém no canto, então colocou seus óculos pra enxergar. Se aproximou e:

- Oi.
- Vai embora.
- Mas... eu só te disse "oi".

Os dois se encararam enquanto ela virava aquele copo com gelo e água (como ele preferiu pensar).

- Não importa o que você disse: falar comigo ou tentar entrar na minha vida, seja lá de qual jeito for, já significa que você vai sair dela. Estou poupando trabalho para ambos os lados. Vai embora.

Enquanto ela pedia outra dose ele tentava entender o motivo. Porque aquela menina, que não passava dos 20, poderia afirmar de forma tão segura que todo mundo sumia da vida dela? Ela parecia ser tão divertida, intelingente, sincera - e era! Era tão bonita. Como poderia afirmar que ele iria embora? E ai ele foi. Mas foi sem entender. É, disso ele tinha certeza: ele não entendia!

Nem ela.

domingo, 31 de janeiro de 2010

por Lilly Allen:

Littlest Things

Sometimes I find myself sittin' back and reminiscing
Especially when I have to watch other people kissin'
And I remember when you started callin' me your miss's
All the play fightin', all the flirtatious disses
I'd tell you sad stories about my childhood
I don't know why I trusted you but I knew that I could
We'd spend the whole weekend lying in our own dirt
I was just so happy in your boxers and your t-shirt

Dreams, dreams
Of when we had just started things
Dreams of you and me
It seems, it seems
That I can't shake those memories
I wonder if you have the same dreams too


The littlest things that take me there
I know it sounds lame but it's so true
I know it's not right, but it seems unfair
The things are reminding me of you

Sometimes I wish we could just pretend
Even if only for one weekend
So come on, tell me
Is this the end?

Drinkin' tea in bed, watching DVD's
When I discovered all your dirty grotty magazines
You take me out shopping and all we'd buy is trainers
As if we ever needed anything to entertain us
The first time that you introduced me to your friends
And you could tell I was nervous, so you held my hand
When I was feeling down, you made that face you do
There's no one in the world that could replace you

Dreams, dreams
Of when we had just started things
Dreams of me and you
It seems, it seems
That I can't shake those memories
I wonder if you feel the same way too


The littlest things that take me there
I know it sounds lame but it's so true
I know it's not right, but it seems unfair
The things are reminding me of you

Sometimes I wish we could just pretend
Even if only for one weekend
So come on, tell me
Is this the end?

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

temporal

Chove muito na minha casa, mais precisamente no meu quintal. Antes de cair chuva a natureza avisou, cordialmente, que faria uma visita. O trovão tornou-se um aviso de que "vai desabar água, mas que é pro nosso bem." Eu poderia abrir um página da internet que me diria em quais estados chove, choverá ou choveu. Os riscos, as melhores avenidas para se trafegar, os lugares mais seguros e o número exato de desabrigados e desamparados. Pois bem, outro dia soube a diferença significativa entre uma coisa e outra:

Desabrigados: Aqueles que já não estão nas suas casas, mas estão hospedados e amparados nas residências de amigos e/ou parentes.
Desamparados: Aqueles que estão na rua da amargura, literalmente, sem ter pra onde ir.

Cinco minutos depois desse texto a chuva parou, de forma lenta, carregando janeiro nas costas. A minha analise sobre as definições de cima farei com apenas uma pessoa: Eu. E posso afirmar que me sinto desabrigada nesse momento da minha vida, mas jamais desamparada. Esperando a vida me mostrar o novo sabor que ela adquiriu, como se o estado líquido das minhas lágrimas ao poucos fosse evaporando e tornando tudo mais quente, calorento. E como toda boa vida que se torna muito, muito, muito quente, uma hora a nuvem desabada, mas não pra sempre. E é pro nosso bem, é pro nosso bem.

sábado, 23 de janeiro de 2010

sobre fugir

Eu sei para onde você está tentando ir.
Um lugar para não ser nada.
Um lugar para não sentir nada.

Não adianta, eu já tentei.
Tudo é possível, exceto não sentir nada.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

dizer:

"Chegue bem perto de mim. Me olhe, me toque, me diga qualquer coisa. Ou não diga nada, mas chegue mais perto. Não seja idiota, não deixe isso se perder, virar poeira, virar nada."


[Caio F.]

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

desespero nasce da esperança

Mas é dificil para uma pessoa viver completamente sem esperança.
Significa que ela não pode fazer nada além de viver em desespero.


[Li algo do tipo em algum lugar. Concordo.]

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

sobre segurar-se

Sincronicidade me confunde. Às vezes eu só acho que eu tô atrapalhando tudo... e eu sinto vontade de ir embora constantemente quando esses surtos me atingem. Fico segurando a boca e o coração o tempo inteiro. Até os dedos eu seguro algumas vezes. Se um dia eu me soltar, nem sei de que tamanho eu fico, nem sei até onde eu chego, nem sei o que eu vou alcançar. Só espero que quando eu me soltar eu tenha alguém por perto pra me segurar. Quer dizer, se eu me soltar a tendência é que eu vá pra longe, não é mesmo? Já sou perdida o suficiente pra ir parar num lugar desconhecido.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

quase certo

- Pode ser impressão... mas seus olhos parecem brilhar mais quando você não esta olhando pra mim.
- (...)
- Acho que eu te ofusco, menino. Logo eu... Eu que queria tanto ser espelho pra te mostrar seus olhos, te ofusco! Promete que vai brilhar pra mim?
- Mas eu não brilho.
- Brilha, sim. Eu é que não sou espelho.

domingo, 10 de janeiro de 2010

sobre ouvir

Eu pensei em escrever - e escrevi, assim, na cabeça - várias palavras bonitas e senti vontade de realmente escrevê-las e algumas vezes até de falá-las. Mas eu fico com receio porque algo lá dentro - na circulação do sangue, ou no cérebro mesmo - soa notas que parecem significar: espere um pouco mais.
E eu espero.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

sobre persistir

E muitas coisas podem acontecer e te machucar, e fazer seus olhos arderem e seu coração querer parar de bater. Muitas coisas podem tentar te provar o contrário, podem tentar mudar sua direção. Mas você tá indo na direção certa. Você sempre procura o que você ama. Você sempre procura o que te faz bem. Tá um pouco longe, né? Ás vezes certas pessoas tentam te grudar no chão, te seguram no chão. Mas você quer chegar, e você quer alcançar e você não quer desistir. Sua cabeça e sua barriga estão te incomodando. Seus olhos não param de arder, eu sei. Mas seu coração continua batendo mesmo quando você deseja que ele pare. Por quê?


Porque você é mais que isso, menina.
Sempre foi.