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segunda-feira, 28 de abril de 2008

Três meses

O tempo que é pouco demais pro tanto que já sei de você. Pouco pra suprir minha sede de te ter, de estar com você. Pouco pro tanto que você já interferiu na minha vida, na minha vivência. Mas interferir não é a palavra, pois ela não demonstra como as melhores mudanças que poderiam acontecer. Enfim, o tempo é pouco pro tanto que quero e preciso estar com você, durante muitos e muitos anos.
E eu te disse, e repito, com você da certo. Sem sombra de dúvidas, você foi a melhor coisa que me aconteceu nesses 18 anos, 1 mês e 20 dias de vida. E a forma que você colocou esperança, sonhos e sorrisos em mim foi incrível. E... Eu nem tenho mais o que dizer, pois quando é pra falar de você, eu me perco meio a tantas coisas tão detalhadamente lindas que você tem. E quando é pra falar de nós, eu me perco de novo pelo mesmo motivo.

“Amor... Te amo! Te amo! Te amo! Três vezes, três meses! =)”

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Penúria.

Há muito, muito tempo - ou talvez não tanto quanto isso - havia uma senhora muito chique, toda pérolas, caviar e cremes.
Nos cocktails e nas vernissages, a senhora pérolas, caviar e cremes esvaziava meticulosamente a garrafa do champanhe, e de “Möet et Chandon” no ouvido, corria para a parede oeste do seu “appartement”, para escutar a sua vizinha, toda risos, suspiros e sandálias de praia.
Um dia a senhora risos, suspiros e sandálias de praia mudou-se dali, deixando a senhora pérolas, caviar e cremes perante um dilema.

Nas reuniões dos AA, a senhora pérolas, caviar e cremes conheceu o senhor desemprego, futebol e violência doméstica.
A partir desse momento, muitas horas foram gastas a discutir o vazio, o cinzento e a distância das estrelas.

terça-feira, 8 de abril de 2008

O nem tanto pior

Tirou a maquiagem com a mesma vontade de que a colocou: nenhuma. O desânimo aumentava a cada peça de roupa que trocava, e a vergonha dissolvia o resto de força para subir as escadas, atravessar o palco sujo e com o menor sorriso que lhe coubesse na cara cumprimentar quem lhe veio prestigiar de surpresa. Não encontrou um olhar de satisfação sequer. O dia amanheceu estranho, se arrastou assim durante toda a tarde e encostou do mesmo jeito na noite. Um grupo todo, no precipício pessoal de cada um, e na superfície de vida dos últimos finais de semana, respirava junto na pausa eterna da falta da deixa. Sofreu com a pressão de um poeta, que caída ficou no chão. Desembaraçou situações de nó cego. E o pior deles, ainda é um grande melhor. Parece que sempre terá uma segunda chance de surpreender o mundo todo. Mas os dias acabam, as semanas acabam, e as temporadas também. Grupos se separam, e os passos seguem por caminhos alheios. De um objetivo só, difundiu-se os focos de cada um, mas ela ainda pode lhes contar essa tal história. Dos graves fortes para os agudos estridentes, do baixo para o alto, os sons da vida se juntaram, e o silêncio se desfez em uma só nota, ainda que desafinada. A atriz aprendeu assim, a cantar.