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sexta-feira, 29 de maio de 2015

gratidão

É olhar pra sorte ao invés do azar. Pensar nos detalhes que compõe a minha vida e conseguir aceitar o que vai para abrir espaço ao que ainda vem.
 É aprender a se despedir.
Durante muito tempo eu evitei gostar muito de coisas ou pessoas porque tudo acaba. Acho que foi por isso que o luto sempre me atormentou tanto, e atormenta até hoje. Eu posso entender perfeitamente o processo pelo qual perpassa cada pessoa durante a perda e sua elaboração, no entanto sinto uma dificuldade indescritível em lidar com isso. Sei que não é como se houvessem pessoas preparadas para perder, mas eu me sinto a mais despreparada delas. Apenas pensar nisso envolve minha garganta num nó desatador. Sentir, então.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

vida curta à todas as minhas paixões,

para que permaneçam na minha cabeça dando vazão aos sentimentos humanos que todos precisam sentir. Vida curta aos melhores sorrisos decrescentes e as palavras mais lindas que podem acabar em um curto espaço de tempo, antes de virarem pó e louça suja. Vida curta, do menos e do mais, do extremo e do quase apocalíptico que é beijar a boca de alguém que queremos muito, e depois do ato consumado descobrir que uma boca é só uma boca e o que vem depois é o verdadeiro desafio. Vida curta ao momento em que nos tornarmos bilíngües, daltônicos e hemofílicos, aprendidos a voar, pular para baixo e cavar a terra com os dentes. Vida longa ao breve estar apaixonado, e a sua real beleza de ser passageiro.