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sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Um pedaço meu da gente

Havia uma lua cheia e um céu estrelado. As nuvens também estavam lá para aquecer as estrelas. Olhei pra cima e tentei encontrar apenas uma estrela fora das nuvens, apenas uma esperando eu te pedir pra mim, de novo. E ela estava lá, tímida, mas brilhando nos meus olhos.

Há quase um ano atrás, um desejo meu se realizou.

A partir disso, eu sorri até doer meu maxilar, mesmo depois de você ter que partir. A partir disso, eu chorei lagrimas que até tinham cor, pois com elas escorriam um sentimento que nunca desbotou. A partir disso, passei noites inteiras tentando descrever os seus sorrisos e os seus olhares pro meu travesseiro. A partir disso, aprendi coisas que ninguém poderia ter me explicado. A partir disso, eu amei mesmo, de verdade, de peito, olhos e braços abertos...

Então, contei nossos meses como quem conta as estrelas, e contei a elas sobre você. Eu contei que você vem comigo. Eu contei também que eu quero que você venha comigo pra sempre.

sábado, 17 de janeiro de 2009

tododia

Depois que desliguei a televisão, dormi por apenas duas horas. Quando acordei, fiquei pensando em como é gostoso te ter, confortável, seguro. Sinto que com você respiro fundo, aliviada, todos os dias. É uma busca a menos para mim, o amor, já encontrei em você. E agora que meu peito aperta saudade, eu me sinto tão besta, porque te vi ainda agora, ainda a pouco apoiava minha mão na sua cintura, debaixo de um guarda-chuva.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

perdida

Nem tudo o que deixei passar estava realmente ao meu alcance. É nisso que o amor vive errando. Ele tem rachaduras, vaza e escorre, corre para outras pessoas. Às vezes nem volta, às vezes se divide. A questão é que depois que se encontra outra pessoa para pendurar os olhos, não há mais nenhum retorno seguro sem forçar. Alguma coisa sempre se perde, alguém sempre perde.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

a espera

Essa vida sempre foi uma sedução.
Bem que eu poderia ter esperado um dia menos quente para sair de casa, ou esperado um momento melhor para ter me apaixonado. Sei lá, alguma hora em que eu a visse mais de perto. Só que no fundo, sei que não seria diferente. E se fosse, jamais chegaria essa tal hora, jamais existira o perto. Hoje, por querer tanto, o perto existe nos sonhos, é comida da vontade, e cabe nas madrugadas de sono ou insônia.
Mas o que eu queria mesmo saber é o que se faz quando se espera. Eu quero dizer, qual é a ação que rege o verbo esperar? Não falo necessariamente de sentar-se em frente ao relógio, de braços cruzados, acompanhando os ponteiros andarem. Às vezes, acredito que ninguém espera de fato. E se espera, é porque sente. Esperar é sentir, sentir muito, ou sentir antecipadamente o que a gente quer pintar para o futuro. E se de repente eu espero, vou também esperar que tudo não seja apenas um grande desperdício.

sábado, 10 de janeiro de 2009

um pedaço do meu inferno

Eu quero que o sol venha secar meu rosto, e quero justo agora, que já é noite. Os dias bons não chegam nunca, e eu não sei até quando consigo esperar em segurança.
Nunca acreditei que esses títulos falassem tanto sobre alguém. Sabe, eu falo por mim, não monto discursos. E não tenho nada para barganhar caráter. Será que é nisso que eu perco?
É que dessa vez eu fiquei tão decepcionada. Já cheguei a ver isso antes, mas preferi não acreditar, fiz questão de esquecer. Agora, eu faço questão de abrir um espaço em destaque na memória para essa cena, eu quero me lembrar muito bem de cada frase, cada ameaça, cada agressão.
Acho tão fácil salvar só a sua parte boa para pendurar numa vitrine para os outros, mostrar só o que agrada. Quero ver alguém vencer a parte de aceitar os próprios defeitos, ser o que é sem esconder as fraquezas, os medos, as anormalidades. Posso não ser tanto, mas juro que prefiro não esconder o que sou, porque imagens montadas costumam cair, é a lei da gravidade. E um dia eu te vejo cair. Eu não tenho pressa, não se preocupe.