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domingo, 27 de junho de 2010

distraída como a realidade

A vida muda tão rápido que esse endereço eletrônico ao ser solicitado para ver postagens mais antigas vai mostrar de forma clara o quanto não se pode esperar tanto de tudo, mas sim viver intensamente para preencher todos esses dias de qualquer declaração que um dia valha pra entender porque me sinto com 200 anos agora.

sábado, 26 de junho de 2010

se eu fosse uma massinha seria cor de laranja

a massinha que é meu corpo
tem moldado e desmoldado de forma rápida
deixando alguns pedaços cair no chão
outros grudarem na folha sulfite
tem dias que teimam em me grudar com outras
as cores se misturam, crio tantas formas
personifico imagens
grudo-me
volto pro potinho
e durmo.

terça-feira, 22 de junho de 2010

tudo que não é mais

Eu te disse, eu desejei, uma hora tudo iria passar e sempre há alguém pra se colocar no lugar.
Eu fiz também, por merecer, a cada minuto não estar com você para seu caminho transcender.
Histórias se independem, um livro de capítulos, estaremos sempre algumas páginas atrás e o desejo de ser feliz algumas páginas a frente.

Menina de palavra, essa que sou eu:

Whatever tomorrow brings i'll be there
whit open arms and open eyes, yeah.
Saiba e Siga.

domingo, 20 de junho de 2010

cala-frios

Ele pressionava os dedos contra qualquer tecla do piano, que se perturbava em notas pela dor que causava. Lá na última fileira, uma menina sentia os pelos se arrepiarem por debaixo de tantas blusas de frio, que inutilmente trançadas de tricô não seguraram um corpo faiscante.

domingo, 13 de junho de 2010

um pó de prilimpimpim

que vem nos seus pés folgados em tênis folgados, perto de um coração que deu uma voadora em um copo de cristal recém colado com cola tenaz. Quanto mais um fragmento fragmenta-se, mais o abstrato pode ser alcançável. E quando esse coração que aqui vos escreve, calejado de tanto apanhar tomar uma forma desconhecida, assutar-se-ão. Todos. Menos eu. Que estarei preparada pra você.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

ei, Mundo

Quando parou para se observar, não estava mais. Não estava mais onde tinha se deixado. Não estava para que pudesse ser buscado.
E agora, Mundo? Você ainda pode enxergá-lo?

"Estou aqui mais uma vez. Ou melhor, não estou. Mas quase estive um dia. Sempre quase. Quando tentei acreditar que o coração fosse algo que fizesse sentir, tentei acreditar no que pensava ser mais bonito. Agora não saio mais dessa minha verdade apagada que me faz desaparecer perto de qualquer tentativa de me resgatar do fundo. Sim, Mundo. Estou cada vez mais longe da superfície. Não sinto mais as minhas mãos - Não sinto mais. Ainda não sei se é pelo frio que vem de fora, ou esse que guardo aqui, esse que vem de dentro. Quase nevando. Branco. Neve. Nada. Me faço presente na maior ausência existente e sei que isso deveria doer. Mas, Mundo, disso eu já não sou mais capaz."

Tudo estava escrito em silêncio, e era impossível de ouvir.

sábado, 5 de junho de 2010

santa chuva

"Quem foi que te ensinou a rezar?
Que santo vai brigar por você?
Que povo aprova o que você fez?
Devolve aquela minha tv que eu vou de vez."

M.Camelo

nem uma cigarra sequer

Em meio a essa quietude, decido que é hora de parar de pensar se isso ou aquilo é socialmente errado. Já não ligo pra isso. Não sei, acho que comecei a entender que a felicidade, muito mais do que um estado de espírito, é uma questão de tempo. Estou com frases guardadas na garganta já faz algum tempo. Direi-as quando for a hora, e se ainda tiver sentido. Sentido este que muitas vezes é somente complemento, o que vale mesmo é continuar andando. Quem quiser me acompanhar, que me dê a mão, pois em meio a esse silêncio premeditado, eu já não consigo mais parar. Seguir em um ou dois é só uma questão aritmética, mostrando que não importa estar junto, mas sim estar em constante pensamento.