Anestesia local. Pulso acelerado, respiração escassa, mãos trêmulas. Estado terminal, doente condenado. Na cama, antes de dormir, perdeu a noção do agora e depois. Tudo segue uma linha desgovernada, correndo para todos os lados, sobe e desce, cai em resistência e ressurge pouco depois. Os lençóis flutuam por todo quarto, o quente parece mais quente e o gelado não vive ali. Os olhos brilham para mostrar que está vivo. Cada detalhe é melhor do que qualquer outra coisa. Agora não tem jeito, e nem que o quisesse. Vem e desvem, rostos em comum, datas que se cruzam, pais e parentes que ainda não se conhecem. Aprendeu a ser sozinho para aprender quanto bom é estar com alguém. Hora da visita programada para os finais de semana. Hospício, diagnostico de maluco, problema mental rente à região correspondente ao coração. Na cadeira de balançar, a madeira faz barulho. Não tem televisão, nem grande paisagem, tão pouco trilha sonora. Os olhos quase sangram de ansiedade, a paz interna luta com o rosto que insiste em mostrar o quanto é vulnerável. A doença de que melhor existe, sem remédio em farmácia, homeopatia ou terapia. A doença não existe porque não pode ser descrita, dentro do coração o sentimento de que melhor já inventaram começa a pulsar novamente.
Caminha pelo corredor e sente a brisa que lhe diz:
- Sim, você está apaixonado novamente.
Caminha pelo corredor e sente a brisa que lhe diz:
- Sim, você está apaixonado novamente.
Texto muito bem escrito como sempre, Parabéns minha linda! Posso lhe dizer que você não é a única a sentir tudo isso =). Te adoro a cada dia mais!
ResponderExcluirboa sorte nesse novo relacionamento, neguinha!
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