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segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

over-thinking

Primeiro acho que foi o medo. Medo de mudar de idéia, de que linhas se cruzassem por outros sentidos. Parágrafos se confrontando... eu odiava a minha confusão, eu odiava. Depois era a falta de tato com as coisas que eu sentia, e o medo delas se tornarem reais. Se eu fosse listar meus medos... eu sou um saco deles. Um saco de medos. E o silêncio, teclas sem movimentos, um teclado dormindo. É como um pesadelo de infância que sempre se repete: os pés grudam no chão, o monstro está chegando, e você não consegue se mexer. Acorda.
Quem vai desgrudar os meus pés? Pessoas. Eu sempre quero pessoas, e elas são cheias de... pessoas. Uma pessoa nunca vem sozinha. Eu queria ter matado o silêncio antes do antes, o meu e o seu. Deveria ter furado aquela parede que ele levantou. O desperdício nunca vai sair da minha mente, e eu contaria azulejos de madrugada, eu devoraria livros, montaria casas e casas de papel, se eu pudesse simplesmente parar de pensar no desperdício.

abril/2012

Um comentário:

  1. Creio te compreender nisto. Pessoas são como defeitos (ou raramente, qualidades) que outras pessoas carregam consigo.

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