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quarta-feira, 7 de março de 2018

das coisas nossas

Segredos são desvendados quase em silêncio. Na pele que encosta e dá sinal de que gosta. No olho que fecha, na boca que escancara, no ar que circula entre o lado de dentro e o lado de fora. Segredos são sinfonias íntimas, sem letra, sem canto, sem dicas. Segredos são mudos, discretos e indiscretos. Segredos são quentes. Não se diz como é. Descobre-se. Tenta-se e ele se revela por si só. O corpo denuncia que arde, denuncia que vibra, que morde. O segredo escapa. As mãos procuram, vasculham. E as mãos não vêem. Elas traduzem. O braile dos poros, dos pêlos, dos pares. O segredo dispara, confunde-se entre o talvez eu morra e talvez eu nasça. O que acontece com o segredo quando o segredo acontece? Em quanto tempo se aquieta a alma dentro de um corpo que goza? O quanto se dilata sua pupila, seu pulmão, sua mente? Sem entorpecentes, sem álcool, sem anestesia. O quanto você suporta de caos para que então venha a ordem?

segunda-feira, 5 de março de 2018

dos dias bonitos

Esse céu me inspira. Aquele Sol radiante seguido de uma tempestade, que então volta a a radiar a luz do Sol por entre as nuvens, sabe? Meus olhos querem molhar toda vez que lembro dela, ou dos momentos que ela me deu de presente. Queria que ela pudesse vestir meu coração por alguns segundos, porque nem a melhor precisão conseguiria descrever a sensação que abraça todo o meu peito de dentro para fora. Não existia melhor presente do que sua companhia. Clichê, eu sei. Mas nada que ninguém faça muda isso aqui. Caminhar pra longe dela é como arrancar de mim uma parte, uma parte minha que deixo com ela.
Eu mal soube me despedir... É como se ela sempre estivesse perto de mim.