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quarta-feira, 1 de abril de 2020

quarentena do sentir


Está em casa, ouvindo musicas (nas quais acaba pensando nele – muita coisa lembra-va ele ultimamente), com sua calça mais confortável e um sutiã bonito de tirar. (E com sua mente fantasiosa.) (Justo agora, um daqueles momentos que entra em uma realidade paralela, onde construíram - ela e ele - o planejado e estavam divindindo aquele apê antigo do centro.) Ela está lavando a louça, (uma tarefa diária e meio sem graça, ela pensa.) Mas lavar a louça tem graça quando é uma louça no apê antigo do centro que eles dividem, antes dela cozinhar um prato legal pra dividir com ele. Ele na sala, lendo alguma coisa que ela vai querer saber mais tarde, no almoço. Ela lava louça na sua cozinha espaçosa, pensando em que receita fazer. - O que você acha de milho assado? (Aquele que nunca foi colhido do milharal.) Ele aparece na porta, e a vê com o sutiã bonito de tirar. Se aproxima, fazendo graça com a musica que vem da sala. Segura sua cintura, contornando o ponto fraco dela. (Ela lembra o quanto seu coração é fraco quando se trata dele.) No instante do toque, sua mente voa, instantâneamente. Um vôo dentro do outro. Seu corpo esquenta na hora que o ar da boca dele sopra seu pescoço. Um sopro dentro de outro. (Começa uma música menos feliz lá na sala, e ela sente cheiro de incenso.) - O lugar que eu quero estar é sempre aqui, dentro dos seus braços. Ela diz, lá dentro dela. 

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