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sexta-feira, 28 de novembro de 2008

décimo

Me dá você pra mim? Te compro de novo se já te vendi. Você nunca teve uma etiqueta com qualquer preço, e jamais te vi exposto em uma vitrine. Te encontrei no presente mais perfeito que a gente viveu, ele nem precisou de embrulho. Mas olha, não se preocupe, eu sei que essas coisas custam caro. E pode ter a certeza de que vou investir em cada beijo com seu sabor, todo abraço de lua cheia e conversa de fim de noite. Acho que ainda somos dois adolescentes sempre planejando a melhor parte da juventude. Então me deixa sempre sentir sua essência escondida no perfume do seu pescoço. Preciso tanto me perder do caminho de casa nos seus cabelos, nos seus olhos castanhos, nas suas mãos confortáveis. Vamos visitar cada canto nosso, andar como donos de uma cidade tão pequena quanto a breve beleza dos dias em que os seus sorrisos me fizeram feliz. A gente pode conquistar o mundo, ou apenas podemos conquistar o chão da praça mais bonita ao deitar e olhar as estrelas. Eu, olharei sempre pra você. Prometo que vou colocar sua foto num porta retrato na minha cabeceira, e que hoje eu quero você mais do que já quis ontem.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

falta

Juro que não sei o que você fez das minhas noites. Sem você elas são intermináveis, trocam de lugar com o tédio, me pintam olheiras, e fazem do sono algo inquietante. Fico horas brincando de mudar de posição na cama, pensando em tudo, e tudo te tem de alguma forma.
Nunca estiquei tanto minha imaginação como nesses últimos meses. É de sentir meus lábios beijando suas pálpebras para que seu sono venha junto com o meu. Poder dormir sem dizer adeus, até logo, ou qualquer coisa parecida. Tão real quanto sentir seu cheiro no abraço mais apertado. É tanta imaginação, que me faz acreditar na morte do final no recomeço de começos.
Juro que não sei o que você fez de mim. Certamente colocou uma etiqueta com seu nome dentro dos meus sonhos. São seus ou só sonho com você aqui, agora.
Então eu senti que faltava algo pela manhã, talvez um livro novo para ler, ou aquele seu beijo de bom dia. A gente não escolhe por quem cair, e nem sempre dá vontade de escolher... a gente só cai.
E você pode até achar engraçado o jeito como eu quero estar perto sempre, mesmo de longe. Então, espere por amanhã, espere só por amanhã! Que eu faço desses dias de tentativa de distancia uma corda para te puxar, te trazer até aqui... sem te amarrar.
Não sei por que, e preciso perguntar... será que será sempre tudo tão previsível assim? Eu já sabia disso quando comecei. E também sei que seria impossível deixar, só deixar como está.

Eu vejo que as vezes fica difícil de acreditar em você.
Então, vou apenas acreditar em nós.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Closer:

"- Don't stop loving me. I can see it draining out of you. It's me, remember? It was a stupid thing to do and it meant nothing. If you love me enough, you'll forgive me. Where is this love? I can't see it, I can't touch it. I can't feel it. I can hear it. I can hear some words, but I can't do anything with your easy words. You don't know the first thing about love, because you don't understand compromise".

domingo, 16 de novembro de 2008

não esquecer:

de que só amor não basta.
de que as palavras não contém um único significado.
de ter ações, causar reações.
de ler nas entrelinhas.
de não deduzir.

de mim.
(...) eu quero o meu terceiro primeiro beijo.

sábado, 15 de novembro de 2008

Falando em cenas

Essa foi a mais triste que eu já protagonizei. Não se pode sair do mar sem levar ao menos uma gota, e você me enxugou, e eu me encharquei, de chuva, de frio, de medo. A cada passo, parecia que meu coração se enroscava no seu sapato... era como se ele quisesse te puxar de volta, mas tudo o que conseguia era ser pisado. Eu senti os meus ossos enfraquecerem no momento que eu mais precisei deles, mas estabilizei quando entrei no clichê abraço aos joelhos, e desse jeito, próximo aos joelhos, se abria uma nova ferida.

E nessa cena você nem olhou pra trás.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

va i d a d e...

Marcelle tinha ido para o banho. A noite prometia ser ótima, e ela prometia se arrumar à altura. Eu já previa que ficaria no seu quarto por intermináveis duas horas. Sozinha com todas as suas coisas, escolhi dar uma olhada no seu diário. Abri bem no meio, em uma folha marcada por um clips que segurava a embalagem do maço de um malboro vermelho.

"Tem vezes que o cigarro é o único que me acompanha, não perde o passo. Queima conforme o meu fôlego, queima o meu fôlego. Tem dias que é só ele quem me beija a boca e intimida a solidão. Odeio a solidão e, por isso, ao fim do último trago, enfim o salto do filtro ao asfalto, confiro o maço a procura de outro. Maltrata a minha garganta e os meus dentes, altera o meu perfume e a minha imagem, mas eu gosto mesmo assim."

Bom, ela gosta.