Páginas

domingo, 29 de novembro de 2009

.

- Eu não sei nada.
- Te ensino a saber, não a sentir. Não sinto nada, já faz tempo.
- Eu só sinto, mas não sei o que sinto. Quando sei, não compreendo.
- Ninguém compreende...

sábado, 21 de novembro de 2009

sem fé eu vou

Ando colecionando discos que eu nunca vou ouvir.
Metaforicamente. Literalmente. Em tudo na vida.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

internal talk

É que quando eu tô sozinha, é assim que eu quero ficar. E quando tô com você, fico confusa. Mas e não quero escolher minhas vontades por freqüência de quereres.

Então, o que acontece agora?
Optamos por uma coisa que não sabemos como fazer ou como vai ser, mas optamos.
Ou foi eu que optei?
Não me pede pra mudar agora.

Esse ventinho batendo em meus cabelos ta servindo pra alguma coisa. Mas eu ainda me sinto afundando, não me pede pra falar aonde.

Será que o parcial consegue?



Será que eu ainda o consigo?
I don’t think so. Shit.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

4 a.m

Deitou-se no chão - para que não houvessem quedas - e naquele dia, chorou. Apenas isso. Deixou que escapassem dos seus olhos tudo aquilo que sonhava em não ver. Quando um momento era muito bom, já imaginava como seria a falta do que ainda tinha. Faltava-lhe as coisas que tinha; que tinha distante. E as que quase não tinha; já não tendo.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

ferida

Odeio me sentir assim, com o coração na mão.
O pulsante e exangue órgão jaz em minhas mãos, apunhalado.

Apunhalado por uma vida desconhecida, previamente.
Dilacerado por uma frase de quatro letras e três pontos.

Ela pesa.
Petrificada, como um cadáver e cinza, como a rocha de calcário do Monte Calvário.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

despertar

É fácil se acomodar na rotina, oscilando entre sentimentos mornos. Mas ao sonharmos, somos assaltados pelo incomum. As mensagens estão devidamente escondidas em cenas ridículas, grotescas, banais ou engraçadas, mas o sentimento vem cru e indigesto.

Ao acordar, soando frio, inquieto, você faz o que há de mais normal: procura algo familiar, que não te deixe sozinho no escuro e no silêncio, atormentado pelas sensações oníricas, enquanto as imagens se dissipam devagar na consciência. Mas você acordou na hora em que o resto do seu mundo já foi dormir - e agora?

 
 
Me tira daqui.