Páginas

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Retrospectiva

Final de ano é sempre a mesma coisa, a gente tem que fazer uma retrospectiva para lembrar as coisas que marcaram 2008. O meu único problema é que a cada ano que passa, minha memória fica mais parecida com a de um peixe do que com a de um ser humano, portanto, eu não lembro muitas coisas.

Janeiro, pra mim, foi um mês triste e muito feliz. Tudo começou estranho, arrastando as coisas que aconteceram em dezembro e, logo de cara, veio uma fase turbulenta, onde gente veio para cá e eu não queria ver e, no meio de todas as confusões da minha cabeça, aconteceu o inevitável e [não posso dizer in]esperado. Meu coração foi completado de ponta a ponta. A primeira coisa que passou pela minha cabeça foi a sensação de como somos pequenos, que não temos noção do quão grande uma coisa pode ser e que a gente pode ter quase perdido, mesmo com esse tamanho todo. Sério, eu podia morrer, que morria feliz. Então as coisas melhoraram, é claro. Afinal, eu tenho o super poder de apagar coisas da minha mente e levar o resto em frente. Sinto que isso era uma qualidade minha que foi tirada, hoje já sou mais para rancorosa do que qualquer outra coisa. É a idade. Janeiro também teve Amanda dourada na formatura da irmã e bastante encontros com as mulheres da minha vida.

Fevereiro me remete para um fato importante: TROTE. Esse como sempre é inesquecível, e o meu foi feito por verdadeiros artistas. Ah, e eu sozinha arrecadei quase 60 reais, sou foda.

Em março algo novo me aconteceu. O meu aniversário não foi um desastre, aliás, ele foi bem bonito. E bonita também foi a minha formatura. Essa foi o fim total de um vida sem responsabilidades. Eu não sabia ainda o que me esperava...

Abril eu só me lembro de um lindo fim de semana com os pés ao céu de um parque a nos testemunhar.

Maio lembro que minha cachorra me deus três nenénzinhos lindos. Foi também o aniversário do garoto mais lindo onde eu me matei pra encontrar e comprar os presentes que nunca são perfeitos o suficiente.

Junho fez um ano que conheci o cara que me faz feliz, meu anelar esquerdo foi iluminado com um anel de prata, ganhei meu primeiro blazer, minha primeira rosa e alguns chocolates. Reencontrei as minhas pessoas de 2007, fiz alguns trabalhos e provas pra faculdade, aprendi que a vida não é fácil, fui no melhor show da minha vida onde quase deu pra sentir o cheiro do Anitelli, e respirei, respirei, respirei.

Julho eu me diverti horrores. Viajei com amigos e viajei com namorado e viajei com a família. E foi o mês que meu amigo foi pra Austrália viver um sonho.

Agosto terminou com o encontro mais perfeito das minhas melhores extensões, onde me arrancaram muitas risadas e eu me diverti horrores de novo. Em agosto eu aprontei.

Setembro eu não lembro de nada.

Outubro foi rápido e eu só lembro que meu cabelo ganhou uma cor diferente da metade pra baixo.

Novembro passou que nem água entre os dedos. Foi feliz e triste e eu reencontrei um amigo foda, uma amiga foda e tirei umas fotos lindas com O cara foda.

Dezembro começou estranho, continua estranho. Ganha titulo de mês mais turbulento do ano. Confesso que o mês mais triste também, não mais vazio, mas mais triste. Não uso mais aquele anel e meu namoro deu uma emperrada. To me sentindo numa roda gigante que ta girando rápido de mais. Uma hora eu to no alto, outra lá em baixo. Já to ficando bem enjoada. Pelo menos meu natal não foi uma GRANDE BOSTA e to com esperancinha de que o ano novo também não seja.


Sempre, é claro, o ano vale de algo. Esse ano, apesar de turbulento pra caramba, deu pra levar várias coisas. Eu comecei aprendendo a lidar muito com os relacionamentos e o modo de levar a vida. Acho que eu mudei um monte nesse tempo todo, consegui chegar aos dezoitão diferente de como achava que chegaria. Enfim, a vida de todo mundo passa por uma confusão, aquele momento em que a gente acha que nada vai dar certo. Só para ter uma noção, eu ouvi coisas que nunca achei que alguém iria me dizer e conheci gente tão diferente que, sei lá, se a gente pára e reflete no que o ano resultou, e difícil achar um resultado, por que eu acho que aprendi tanta coisa sem saber que... ufah.

Vem 2009!

domingo, 28 de dezembro de 2008

eu repito:

Não carece de meias palavras ou de expressões divididas em fotos três por quatro. O quanto é exagerada só ela mesma sabe em seu distúrbio pós dezoito anos. Elimina as possibilidades de emprego, tem a esperança de uma aliança no dedo. Acorda às duas da tarde e toma um copo de café frio, no verão que parece inverno, ela permanece incrivelmente feliz.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

O Natal é irrisório

O sol já esta radiante entre os algodões doces gigantes, enchendo minha alma de calor e serenidade. Tudo que eu to desejando hoje é te beijar por me sentir assim, feliz. Te beijar por cada raio que esquenta minha pele. Te beijar por cada brisa que meche nos meus cabelos. Eu quero te beijar por cada desculpa que eu possa arranjar no dia lindo que se faz lá fora, só pra poder te beijar. Meu menino.

domingo, 21 de dezembro de 2008

10am 14pm

Eu achava que era a dona daquela música. O mundo era pequeno demais pra mim, e entre as possibilidades a combinar, só existia eu e você. Já cheguei a acreditar em muita coisa que nunca existiu. E se por acaso existiu, foi por um espaço de um segundo. Cheguei a achar que você só fechava os olhos e pensava durante a noite se fosse por mim. Coloquei-me como protagonista muitas vezes, tomando a frente, gritando pra você que eu estava ali, porque, realmente, eu achei que poderia dar certo. Mas não sei mais, a gente passa a acreditar que na vida alguém espera por ti. Mas na verdade é você que espera sempre esse alguém. Daí aprendi que fazer perder os sentidos torna tudo mais fácil, e não parei.
Mas ontem eu não dormi por nenhum segundo. Minha cabeça pesou, meu ouvido tapou, minha boca secou, e tudo que eu fazia era chorar. Eu queria dizer tudo que eu sinto (como sempre), mas a vida já me ensinou a dizer menos, fazer menos, e só esperar coisas de volta. Então hoje eu acordei achando que estaria de coração despedaçado. Mas eu resolvi ao invés disso, simplesmente aceitar. Aceitar que o destino, talvez, não me queira ali... com você.







Agora, não me venha com as suas ironias. Quem perde alguma coisa foi porque mereceu. Quem tratou alguma coisa mal, deve ser tratado como tal. Mesmo eu não conseguindo desrespeitar o meu passado, o meu presente começa a pedir decisões a atitudes mais agressivas com aquele que foi assim comigo. É um alivio poder respirar sem se preocupar por quem ou pelo o que você será trocado. Seja por um telefonema, por um filme, um show, uma conversa no MSN... Eu aprendi que pessoas foram feitas para serem amadas. E que confusões fazem parte da vida. Só não vem se confundir para cima de mim.

Mesmo querendo dizer que ainda te amo como parte de mim...
Eu deixo você ir.

sábado, 20 de dezembro de 2008

O auge da minha vida

Eu pensava que estava na areia da praia, mas quando desprendi o meu corpo e perdi o equilíbrio já era tarde demais. Ajoelhei por de cima do concreto bruscamente, e sem êxito nenhum os meus joelhos começaram a sangrar. A dor parecia não ser sentida, a dor física havia abandonado o meu corpo há algumas horas. Anestesiada da minha tristeza, inerte de qualquer pensamento sobre o que eu tinha vivido até ali, eu só tinha aquele momento, e isso era tudo.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

solidão

Era uma vez um comprimido para dormir.
Abandonado pela amada, ostracizado pelos analgésicos, único na embalagem, entrou em depressão profunda.
Sentado num canto do frasco redondo, aguardava o fim da validade.
Um dia não agüentou mais, tomou-se a si próprio e morreu.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Terráqueos insetos

O ser humano é o ser mais complexo e contraditório da face da terra. Ele toma banho pra acordar e pra dormir. Tem aquele que toma banho em pé, aquele que toma banho deitado e ainda aquele que toma banho sentado. E há quem julgue. É só uma questão de preferência. Tudo é uma questão de preferência.
Ainda não entendo, terráqueos, como que pode, em um único mundo, vendo as mesmas coisas, possam existir pessimistas e otimistas! Há quem fale "vai melhorar..." enquanto outro fala "pior não poderia estar". Como que pode?
Como alguém pode gostar TANTO de uma coisa que outro humano odeia até a morte? O que faz as pessoas tão diferentes? Não venham me dizer que é o meio, porque se for analisado de cima, o meio é sempre o mesmo: vive-se no mesmo planeta!
Por que diabos as pessoas amam? Quem ama, sofre, e isso é um fato. Pode não sofrer durante o processo, mas no fim é uma dor imensurável. Então, para que amar? Pra sofrer? Ok, é um sofrimento mínimo diante dos prazeres únicos que um amor nos traz. Mas ainda assim é sofredor.
E ha ainda aqueles que perdem tempo escrevendo sobre como é complicado ser. É tudo uma perda de tempo. A vida é uma perda de tempo.
Nascem todos iguais, sem cabelo. Crescem loiros, morenos, ruivos, verdes, roxos, rosas... morrem todos de cabelo branco (segundo a linha normal da vida), e acabam como cinzas num vaso ou decompostos por vermes. Por que se acham diferentes o suficiente pra desprezar o próximo se são todos iguais? Quem os deu o direito de pensar assim? Não passam de um inseto por pensar assim. Grande e asqueroso.
Um dia talvez, entre vocês, terráqueos humanos e insetos, eu entenda o porquê de tudo, por que a vida é fácil pra uns e difícil pra outros. Talvez eu entenda... ou não.

[29/10/07]

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

o jogo virou

incrível como tudo muda de uma hora pra outra.

Desgovernado

Eu estava com o controle, e eu ainda me lembro de como era sentir seu peso nas minhas mãos. Agora ele caiu em algum vão que eu não consigo alcançar. Talvez o vão que está entre nós dois, ainda não sei. Só sei que nessa brincadeira de falar da fraqueza dos outros, descobri que existe em mim uma maior ainda. Eu que sou a fraca da vez. Não sei onde coloquei meu bom senso pra cuidar de mim. A promessa era não deixar eu me perder assim. Só que eu não cumpri e nunca me vi tão perdida.
E essa idéia de falar que coloquei meus pés no chão? Eu sou a que esta sempre sonhando que a cena do filme mais bonito que eu já vi seja uma cena da minha própria vida. Eu sei, não dá, mas minha vida perde o sentido se eu parar de sonhar e de tentar. Porém eu ainda não aprendi que existem tentativas vãs. Então, acabo de cair em cima de mim, e em mim, de novo, e percebi que eu te pressionei, e ontem era exatamente isso o que eu queria. Não quero mais isso. Me jogo em suas mãos, e estamos em suas mãos, se você ainda quiser o seu tempo.
Mas, tentando uma oportunidade pra escutar um não... Eu te amo. Eu te amo mesmo. Eu to te amando mais do que eu consigo agüentar, e é isso que ta me deixando assim. E eu não sei se ta virando obsessão, ou se eu que sou tão fraca que não consigo segurar o amor. Eu não sei lidar com o desconhecido. Olha, eu quero parar de te pressionar, quero parar de te machucar e quero até parar de te amar tanto assim. Ta me fazendo mal, ta te fazendo mal, e a gente ta se perdendo comigo. E eu não quero isso. E também não quero mais te pedir pra ir embora e nem pra chegar mais cedo.
Sabe, eu só quero ter você o máximo que eu conseguir, e não ter tudo de você em um dia.

Mas é que dizem que sempre um dos dois ama mais...
Deus, quem dera se não fosse eu.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

e passou

Já foi o tempo em que ela se perdia das preocupações, agora, deu para estar perdida nelas. Sempre esperou pelo "eu também" que lhe acarinhasse os ouvidos, mas nunca disse nada que pudesse voltar para si. De olhos abertos, ela deixou de ver a televisão para assistir às imagens que sua memória resgatava e remoldava com ar de perfeição. Talvez nada que ela pudesse ver alí, viveu de fato. Mas foi tão real como um sonho é antes que se acorde. Viu a mão feminina que tanto queria em seu rosto agora, lhe puxar pela cintura e lhe empurrar para um corpo novo. Essas duas já haviam começado do meio.
Do meio para o fim. Do copo que se quebrou na discussão, da raiva que rasgou a fotografia, do telefone que não tocou, e da carta que nunca chegou. Só o seu segredo permaneceu a salvo no silêncio: quando deitada ao lado da outra, sempre traiu o que dizia para sonhar em estar sozinha. Sozinha não seria tão ruim assim. Mas foi.
Depois as ruas. Todas as pessoas que lhe chamavam a atenção em todas essas malditas ruas eram iguais. Atraiam sua vontade, e traiam sua sensatez. Queria esquecer dos cabelos escuros, dos olhos castanhos, dos dedos finos, do cheiro de menino.
A cortina ainda dançava na janela quando despertou da distração, e o som da cidade que invadiu a sala lhe trouxe de volta a razão. Foi então que tirou os pés de cima do sofá e passou a deixá-los no chão.
O chá esfriou na mesa, o cigarro virou cinza de cinzeiro, e a saudade ficou. A saudade ficou pedurada como um quadro triste na parede.
Caiu de muito alto e caiu em si, em cima de si mesma. É que existem coisas que sempre serão suas, mas jamais irão lhe pertencer.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

mãos dadas com a ironia

Vamos desprezar nossos corações, vamos conhecer pessoas novas, dar espaço para outras invasões. Vamos abrir as portas, os braços e as pernas. Vamos nos trair, em boa hora para sujar nossos rostos e bocas. Vai, podemos contradizer nossas verdades e nos proteger com o perigo. Cair e quebrar os joelhos para desaprender a levantar. Eu posso fingir que não dói porque sei mentir. E se eu não quisesse tanto o contrário, já teria me perdido no vazio da mais falsa liberdade. Mas alguma coisa em você me mostrou que liberdade é algo mais parecido com se livrar do resto do mundo.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

nosso ar

Quando a sua respiração termina, começa a minha.
E quando a minha termina, começa a sua.