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segunda-feira, 8 de junho de 2009

copo meio vazio

Estou seca - disse ela - seca de palavras.

O álcool começou a conquistar as veias, logo menos, alcançaria o sangue. Olhou para a rua na frente do bar, como se pedisse ajuda muda com os olhos, e o mundo não quis parar lá fora. Um rapaz passou de skate tão rápido que não se percebeu os detalhes.

Mas ele usava uma boina bege - pensou ela.

Um brinde, dois, três, quatro garrafas. Todos às drogas, ao sexo, ao amor inexplorável, inexplicável, inesgotável... E ela ainda sofre com a falta das palavras. Onde foi parar sua prática? Os pulsos tremem, é o coração pulsando forte.
So hard! - ela grita, ninguém ouve, ninguém liga.

Tropeça em goles, tragos, estragos. O buraco que ela cava não é tão fundo quanto sua cova, levaria outros tantos anos. Vamos deixar que o passado cante por ela as músicas que ela gosta porque ele adora. Só ele, e ele, e ele (...)

Depois outros tênis sujos de barro marcarão o mesmo caminho, abraçando o destino cansado e as mãos suadas. E ela só parará quando o sol desistir de nascer.

Ela sabe, mesmo que neguem e contestem: as melhores palavras ainda estão com ele. Quanto ciúme por nada! Ou tudo! Um perfeito que o mundo das garotas querem devorar. Nasce o orgulho. Se ela ficasse rica em um mês não saberia como gastar sua riqueza, e mesmo pobre, sente-se exatamente assim. Acontece que ele colore o mundo cinza dela, poluído, cheio de ruído... Tudo que coloca charme no urbano. Ela vai escorregar nas roupas do rapaz de perfume unitário. Ele é ele e mais ninguém.

Um comentário:

  1. Ando sem entender a todos ultimamente, e sinto que poderia falar-te algumas coisas que você precisa ouvir, mas aí, onde ficaria meu anonimato?


    Fica bem, menina!

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