Menina esparramada no sofá, beirando cair, pêndula nos braços de que nunca temeu a queda.
Cabelos dela preso em mãos tuas.
Menina desmanchava no sofá, compartilhando segundos de plenitude.
Eles se olhavam tão de perto, e na ótica da Menina os dois se misturavam e se tornavam par.
Beijavam em toques leves de lábios as mãos que chegavam ao seu rosto.
Menina de longe parecia estranha.
De perto Menina queria morder os olhos dele,
E em cima dos olhos o cabelo para todos os lados,
em cima dos cabelos o teto,
em cima do teto o céu e estrelas,
e depois disso...
Menina não soube me explicar.
Cada abraço precisava de longos minutos de respiração, para rápidos segundos de inspiração.
Cada beijo que davam, diziam coisas sem palavras.
Perguntou à Menina o que sentia quando leu teu texto sobre eles.
Menina só pode abraçar e sussurrar:
- Isso.
A noite se estendeu para a madrugada, levantou o sol e virou dia.
Menina resolveu se explicar:
Quando meu coração leve bate lento, são os barulhos, os esbarrões e os sentidos de te ter ao meu lado. Parar você em algumas linhas é complicado, dá vontade de sair correndo de cada letra e chegar ao seu lado. O coração, também, bate forte e rápido na tentativa falha de te encaixar em qualquer coisa que já tenha existido pra mim. Não é porque os outros deram errado, é porque você parece ser o certo. Na descoberta do novo, do único, o coração vive em paz e alegria, toca notas desconexas e se torna música.
No compasso latejante Menina ainda não conseguiu dizer o que tanto precisa.
Mais do que dizer, ela precisa sentir tudo por ele.
E se sentir nele.
Para que ele se sinta nela.
Menina mandou dizer que sente, sente muito.
Sente você.
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