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segunda-feira, 20 de agosto de 2012

morde o lábio

Menina esparramada no sofá, beirando cair, pêndula nos braços de que nunca temeu a queda.

Cabelos dela preso em mãos tuas.

Menina desmanchava no sofá, compartilhando segundos de plenitude.

Eles se olhavam tão de perto, e na ótica da Menina os dois se misturavam e se tornavam par.

Beijavam em toques leves de lábios as mãos que chegavam ao seu rosto.

Menina de longe parecia estranha.

De perto Menina queria morder os olhos dele,
E em cima dos olhos o cabelo para todos os lados, em cima dos cabelos o teto, em cima do teto o céu e estrelas, e depois disso...

Menina não soube me explicar.

Cada abraço precisava de longos minutos de respiração, para rápidos segundos de inspiração.

Cada beijo que davam, diziam coisas sem palavras.

Perguntou à Menina o que sentia quando leu teu texto sobre eles.

Menina só pode abraçar e sussurrar:
- Isso.

A noite se estendeu para a madrugada, levantou o sol e virou dia.

Menina resolveu se explicar:

Quando meu coração leve bate lento, são os barulhos, os esbarrões e os sentidos de te ter ao meu lado. Parar você em algumas linhas é complicado, dá vontade de sair correndo de cada letra e chegar ao seu lado. O coração, também, bate forte e rápido na tentativa falha de te encaixar em qualquer coisa que já tenha existido pra mim. Não é porque os outros deram errado, é porque você parece ser o certo. Na descoberta do novo, do único, o coração vive em paz e alegria, toca notas desconexas e se torna música.

No compasso latejante Menina ainda não conseguiu dizer o que tanto precisa.

Mais do que dizer, ela precisa sentir tudo por ele.

E se sentir nele.

Para que ele se sinta nela.

Menina mandou dizer que sente, sente muito.
Sente você.

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