São altas horas da madrugada e eu não consigo dormir. Todo mundo ta dormindo. Na minha visão de mundo estão, pelo menos. Salvo os meus três contatos de MSN que estão online, dois deles compartilham comigo o porquê de estarem na mesma que eu.
O primeiro é a biografia de seu próprio personagem. Estranho, mas nem foi ele que escreveu. Tem lá os seus vinte quatro anos de carcaça e uns duzentos de olhar. Não fuma, se droga muito raramentee pouco faz sexo. Brincando de Deus, ou de bala perdida, ou de ataque de nervos dou a ele mais dois anos de vida. Não, vai! Dois dias. Sem ser pessimista... Mas ele é o tipo de pessoa multi-atarefada, que corre o tempo todo atrás do que ele próprio fez correr mais rápido. Tá no trabalho, agora. As quatro quase cinco da manhã, me dizendo que queria sair comigo sábado. Mas sábado não posso. Então ele vai perguntar para os outros três (no máximo) amigos que tem, e em caso negativo, ele vai ficar em casa jogando PlayStation e tomando vitamina com canudinho.
A outra fica acordada até essa hora porque o bichinho virtual dela ta apitando. Deve estar com fome. Ou melhor, deve tá carente/depressivo/chorão com crises iguais a minha e precisa, mais do que tudo, que alguém o alimente. E fome é foda. Quando é de verdade, devastadora, você mete goela abaixo qualquer coisa que te derem. Sejam promessas de filme, fotos que só mostram o rosto ou olhares que nunca se viram. Essa minha amiga deve estar colocando o bichinho virtual dela pra dormir, agora. Sabe como é, amanhã tem mais uma sessão de amor virtual, de distração momentânea.
A outra pessoa sou eu. Mas desde o começo esse texto tem a principal função de me esquecer um pouco, antes que eu vomite.
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