Eu não consigo entender o que acontece comigo. Realmente. Não faço a menor idéia do porque eu ter essas atitudes esdrúxulas e até mesmo qual o intuito delas sequer passarem pela minha cabeça.
E agora, por uma vez mais, eu consegui estragar o que nunca deveria ser estragado. Eu consegui gerar, mais uma vez, a desconfiança da única pessoa que eu quero que confie em mim. Causei o desconforto e desespero no lugar, onde eu finalmente, tinha encontrado a paz e o conforto.
- Tarde demais! Disse ela. Com o seu olhar impetuoso, a mim, que estava sentado nas escadas, cobrindo o rosto com as mãos.
Não existiria mais retorno. Não dessa vez. Uma vez já foi o bastante para o coração macio e calorosos daquela bela menina de 18 anos, que tem a vida pela frente, mas o coração, agora, estilhaçado, como a vitrine de uma joalheria que sofre a infelicidade de ser assaltada.
Por mais que eu tente reiterar, explicar ou convencer de que as coisas não são como parecem ser, de nada vai adiantar, porque o estrago já está feito e minhas súplicas e palavras não servem de nada. Não mais. Nada.
Irônico é o caminhar da vida. Em um dia, tudo está calmo, pacífico e finalmente, entrando nos eixos.
Mas o ocorrido alguns segundos antes da saída de casa, foi um presságio despercebido por ambas as metades do casal, de que, em algum momento posterior, o pior, prestes, estaria a suceder.
Não poderia ter sido diferente o desfecho dessa história.
Ela novamente reclusa em seus cobertores, a chorar copiosamente, enquanto ele, com o semblante abalado, tal qual de um veterano de guerra, apenas olharia para a menina em posição fetal, com gotas escorrendo pelos olhos e indiciando que dessa vez, seria a última vez.
- Você me magoou. E a mágoa ainda não foi embora.
Isso arrasou seu coração, como uma bola de demolição destrói a estrutura fortificada e resoluta dos prédios e galpões.
Não sabe o que fazer.
Nem se existe algo a fazer.
Está deslocado em seu próprio eixo.