Final de ano é sempre a mesma coisa, a gente tem que fazer uma retrospectiva para lembrar as coisas que marcaram 2008. O meu único problema é que a cada ano que passa, minha memória fica mais parecida com a de um peixe do que com a de um ser humano, portanto, eu não lembro muitas coisas.
Janeiro, pra mim, foi um mês triste e muito feliz. Tudo começou estranho, arrastando as coisas que aconteceram em dezembro e, logo de cara, veio uma fase turbulenta, onde gente veio para cá e eu não queria ver e, no meio de todas as confusões da minha cabeça, aconteceu o inevitável e [não posso dizer in]esperado. Meu coração foi completado de ponta a ponta. A primeira coisa que passou pela minha cabeça foi a sensação de como somos pequenos, que não temos noção do quão grande uma coisa pode ser e que a gente pode ter quase perdido, mesmo com esse tamanho todo. Sério, eu podia morrer, que morria feliz. Então as coisas melhoraram, é claro. Afinal, eu tenho o super poder de apagar coisas da minha mente e levar o resto em frente. Sinto que isso era uma qualidade minha que foi tirada, hoje já sou mais para rancorosa do que qualquer outra coisa. É a idade. Janeiro também teve Amanda dourada na formatura da irmã e bastante encontros com as mulheres da minha vida.
Fevereiro me remete para um fato importante: TROTE. Esse como sempre é inesquecível, e o meu foi feito por verdadeiros artistas. Ah, e eu sozinha arrecadei quase 60 reais, sou foda.
Em março algo novo me aconteceu. O meu aniversário não foi um desastre, aliás, ele foi bem bonito. E bonita também foi a minha formatura. Essa foi o fim total de um vida sem responsabilidades. Eu não sabia ainda o que me esperava...
Abril eu só me lembro de um lindo fim de semana com os pés ao céu de um parque a nos testemunhar.
Maio lembro que minha cachorra me deus três nenénzinhos lindos. Foi também o aniversário do garoto mais lindo onde eu me matei pra encontrar e comprar os presentes que nunca são perfeitos o suficiente.
Junho fez um ano que conheci o cara que me faz feliz, meu anelar esquerdo foi iluminado com um anel de prata, ganhei meu primeiro blazer, minha primeira rosa e alguns chocolates. Reencontrei as minhas pessoas de 2007, fiz alguns trabalhos e provas pra faculdade, aprendi que a vida não é fácil, fui no melhor show da minha vida onde quase deu pra sentir o cheiro do Anitelli, e respirei, respirei, respirei.
Julho eu me diverti horrores. Viajei com amigos e viajei com namorado e viajei com a família. E foi o mês que meu amigo foi pra Austrália viver um sonho.
Agosto terminou com o encontro mais perfeito das minhas melhores extensões, onde me arrancaram muitas risadas e eu me diverti horrores de novo. Em agosto eu aprontei.
Setembro eu não lembro de nada.
Outubro foi rápido e eu só lembro que meu cabelo ganhou uma cor diferente da metade pra baixo.
Novembro passou que nem água entre os dedos. Foi feliz e triste e eu reencontrei um amigo foda, uma amiga foda e tirei umas fotos lindas com O cara foda.
Dezembro começou estranho, continua estranho. Ganha titulo de mês mais turbulento do ano. Confesso que o mês mais triste também, não mais vazio, mas mais triste. Não uso mais aquele anel e meu namoro deu uma emperrada. To me sentindo numa roda gigante que ta girando rápido de mais. Uma hora eu to no alto, outra lá em baixo. Já to ficando bem enjoada. Pelo menos meu natal não foi uma GRANDE BOSTA e to com esperancinha de que o ano novo também não seja.
Sempre, é claro, o ano vale de algo. Esse ano, apesar de turbulento pra caramba, deu pra levar várias coisas. Eu comecei aprendendo a lidar muito com os relacionamentos e o modo de levar a vida. Acho que eu mudei um monte nesse tempo todo, consegui chegar aos dezoitão diferente de como achava que chegaria. Enfim, a vida de todo mundo passa por uma confusão, aquele momento em que a gente acha que nada vai dar certo. Só para ter uma noção, eu ouvi coisas que nunca achei que alguém iria me dizer e conheci gente tão diferente que, sei lá, se a gente pára e reflete no que o ano resultou, e difícil achar um resultado, por que eu acho que aprendi tanta coisa sem saber que... ufah.
Vem 2009!
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
domingo, 28 de dezembro de 2008
eu repito:
Não carece de meias palavras ou de expressões divididas em fotos três por quatro. O quanto é exagerada só ela mesma sabe em seu distúrbio pós dezoito anos. Elimina as possibilidades de emprego, tem a esperança de uma aliança no dedo. Acorda às duas da tarde e toma um copo de café frio, no verão que parece inverno, ela permanece incrivelmente feliz.
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
O Natal é irrisório
O sol já esta radiante entre os algodões doces gigantes, enchendo minha alma de calor e serenidade. Tudo que eu to desejando hoje é te beijar por me sentir assim, feliz. Te beijar por cada raio que esquenta minha pele. Te beijar por cada brisa que meche nos meus cabelos. Eu quero te beijar por cada desculpa que eu possa arranjar no dia lindo que se faz lá fora, só pra poder te beijar. Meu menino.
domingo, 21 de dezembro de 2008
10am 14pm
Eu achava que era a dona daquela música. O mundo era pequeno demais pra mim, e entre as possibilidades a combinar, só existia eu e você. Já cheguei a acreditar em muita coisa que nunca existiu. E se por acaso existiu, foi por um espaço de um segundo. Cheguei a achar que você só fechava os olhos e pensava durante a noite se fosse por mim. Coloquei-me como protagonista muitas vezes, tomando a frente, gritando pra você que eu estava ali, porque, realmente, eu achei que poderia dar certo. Mas não sei mais, a gente passa a acreditar que na vida alguém espera por ti. Mas na verdade é você que espera sempre esse alguém. Daí aprendi que fazer perder os sentidos torna tudo mais fácil, e não parei.
Mas ontem eu não dormi por nenhum segundo. Minha cabeça pesou, meu ouvido tapou, minha boca secou, e tudo que eu fazia era chorar. Eu queria dizer tudo que eu sinto (como sempre), mas a vida já me ensinou a dizer menos, fazer menos, e só esperar coisas de volta. Então hoje eu acordei achando que estaria de coração despedaçado. Mas eu resolvi ao invés disso, simplesmente aceitar. Aceitar que o destino, talvez, não me queira ali... com você.
Agora, não me venha com as suas ironias. Quem perde alguma coisa foi porque mereceu. Quem tratou alguma coisa mal, deve ser tratado como tal. Mesmo eu não conseguindo desrespeitar o meu passado, o meu presente começa a pedir decisões a atitudes mais agressivas com aquele que foi assim comigo. É um alivio poder respirar sem se preocupar por quem ou pelo o que você será trocado. Seja por um telefonema, por um filme, um show, uma conversa no MSN... Eu aprendi que pessoas foram feitas para serem amadas. E que confusões fazem parte da vida. Só não vem se confundir para cima de mim.
Mesmo querendo dizer que ainda te amo como parte de mim...
Eu deixo você ir.
Mas ontem eu não dormi por nenhum segundo. Minha cabeça pesou, meu ouvido tapou, minha boca secou, e tudo que eu fazia era chorar. Eu queria dizer tudo que eu sinto (como sempre), mas a vida já me ensinou a dizer menos, fazer menos, e só esperar coisas de volta. Então hoje eu acordei achando que estaria de coração despedaçado. Mas eu resolvi ao invés disso, simplesmente aceitar. Aceitar que o destino, talvez, não me queira ali... com você.
Agora, não me venha com as suas ironias. Quem perde alguma coisa foi porque mereceu. Quem tratou alguma coisa mal, deve ser tratado como tal. Mesmo eu não conseguindo desrespeitar o meu passado, o meu presente começa a pedir decisões a atitudes mais agressivas com aquele que foi assim comigo. É um alivio poder respirar sem se preocupar por quem ou pelo o que você será trocado. Seja por um telefonema, por um filme, um show, uma conversa no MSN... Eu aprendi que pessoas foram feitas para serem amadas. E que confusões fazem parte da vida. Só não vem se confundir para cima de mim.
Mesmo querendo dizer que ainda te amo como parte de mim...
Eu deixo você ir.
sábado, 20 de dezembro de 2008
O auge da minha vida
Eu pensava que estava na areia da praia, mas quando desprendi o meu corpo e perdi o equilíbrio já era tarde demais. Ajoelhei por de cima do concreto bruscamente, e sem êxito nenhum os meus joelhos começaram a sangrar. A dor parecia não ser sentida, a dor física havia abandonado o meu corpo há algumas horas. Anestesiada da minha tristeza, inerte de qualquer pensamento sobre o que eu tinha vivido até ali, eu só tinha aquele momento, e isso era tudo.
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
solidão
Era uma vez um comprimido para dormir.
Abandonado pela amada, ostracizado pelos analgésicos, único na embalagem, entrou em depressão profunda.
Sentado num canto do frasco redondo, aguardava o fim da validade.
Um dia não agüentou mais, tomou-se a si próprio e morreu.
Abandonado pela amada, ostracizado pelos analgésicos, único na embalagem, entrou em depressão profunda.
Sentado num canto do frasco redondo, aguardava o fim da validade.
Um dia não agüentou mais, tomou-se a si próprio e morreu.
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
Terráqueos insetos
O ser humano é o ser mais complexo e contraditório da face da terra. Ele toma banho pra acordar e pra dormir. Tem aquele que toma banho em pé, aquele que toma banho deitado e ainda aquele que toma banho sentado. E há quem julgue. É só uma questão de preferência. Tudo é uma questão de preferência.
Ainda não entendo, terráqueos, como que pode, em um único mundo, vendo as mesmas coisas, possam existir pessimistas e otimistas! Há quem fale "vai melhorar..." enquanto outro fala "pior não poderia estar". Como que pode?
Como alguém pode gostar TANTO de uma coisa que outro humano odeia até a morte? O que faz as pessoas tão diferentes? Não venham me dizer que é o meio, porque se for analisado de cima, o meio é sempre o mesmo: vive-se no mesmo planeta!
Por que diabos as pessoas amam? Quem ama, sofre, e isso é um fato. Pode não sofrer durante o processo, mas no fim é uma dor imensurável. Então, para que amar? Pra sofrer? Ok, é um sofrimento mínimo diante dos prazeres únicos que um amor nos traz. Mas ainda assim é sofredor.
E ha ainda aqueles que perdem tempo escrevendo sobre como é complicado ser. É tudo uma perda de tempo. A vida é uma perda de tempo.
Nascem todos iguais, sem cabelo. Crescem loiros, morenos, ruivos, verdes, roxos, rosas... morrem todos de cabelo branco (segundo a linha normal da vida), e acabam como cinzas num vaso ou decompostos por vermes. Por que se acham diferentes o suficiente pra desprezar o próximo se são todos iguais? Quem os deu o direito de pensar assim? Não passam de um inseto por pensar assim. Grande e asqueroso.
Um dia talvez, entre vocês, terráqueos humanos e insetos, eu entenda o porquê de tudo, por que a vida é fácil pra uns e difícil pra outros. Talvez eu entenda... ou não.
Ainda não entendo, terráqueos, como que pode, em um único mundo, vendo as mesmas coisas, possam existir pessimistas e otimistas! Há quem fale "vai melhorar..." enquanto outro fala "pior não poderia estar". Como que pode?
Como alguém pode gostar TANTO de uma coisa que outro humano odeia até a morte? O que faz as pessoas tão diferentes? Não venham me dizer que é o meio, porque se for analisado de cima, o meio é sempre o mesmo: vive-se no mesmo planeta!
Por que diabos as pessoas amam? Quem ama, sofre, e isso é um fato. Pode não sofrer durante o processo, mas no fim é uma dor imensurável. Então, para que amar? Pra sofrer? Ok, é um sofrimento mínimo diante dos prazeres únicos que um amor nos traz. Mas ainda assim é sofredor.
E ha ainda aqueles que perdem tempo escrevendo sobre como é complicado ser. É tudo uma perda de tempo. A vida é uma perda de tempo.
Nascem todos iguais, sem cabelo. Crescem loiros, morenos, ruivos, verdes, roxos, rosas... morrem todos de cabelo branco (segundo a linha normal da vida), e acabam como cinzas num vaso ou decompostos por vermes. Por que se acham diferentes o suficiente pra desprezar o próximo se são todos iguais? Quem os deu o direito de pensar assim? Não passam de um inseto por pensar assim. Grande e asqueroso.
Um dia talvez, entre vocês, terráqueos humanos e insetos, eu entenda o porquê de tudo, por que a vida é fácil pra uns e difícil pra outros. Talvez eu entenda... ou não.
[29/10/07]
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
Desgovernado
Eu estava com o controle, e eu ainda me lembro de como era sentir seu peso nas minhas mãos. Agora ele caiu em algum vão que eu não consigo alcançar. Talvez o vão que está entre nós dois, ainda não sei. Só sei que nessa brincadeira de falar da fraqueza dos outros, descobri que existe em mim uma maior ainda. Eu que sou a fraca da vez. Não sei onde coloquei meu bom senso pra cuidar de mim. A promessa era não deixar eu me perder assim. Só que eu não cumpri e nunca me vi tão perdida.
E essa idéia de falar que coloquei meus pés no chão? Eu sou a que esta sempre sonhando que a cena do filme mais bonito que eu já vi seja uma cena da minha própria vida. Eu sei, não dá, mas minha vida perde o sentido se eu parar de sonhar e de tentar. Porém eu ainda não aprendi que existem tentativas vãs. Então, acabo de cair em cima de mim, e em mim, de novo, e percebi que eu te pressionei, e ontem era exatamente isso o que eu queria. Não quero mais isso. Me jogo em suas mãos, e estamos em suas mãos, se você ainda quiser o seu tempo.
Mas, tentando uma oportunidade pra escutar um não... Eu te amo. Eu te amo mesmo. Eu to te amando mais do que eu consigo agüentar, e é isso que ta me deixando assim. E eu não sei se ta virando obsessão, ou se eu que sou tão fraca que não consigo segurar o amor. Eu não sei lidar com o desconhecido. Olha, eu quero parar de te pressionar, quero parar de te machucar e quero até parar de te amar tanto assim. Ta me fazendo mal, ta te fazendo mal, e a gente ta se perdendo comigo. E eu não quero isso. E também não quero mais te pedir pra ir embora e nem pra chegar mais cedo.
Sabe, eu só quero ter você o máximo que eu conseguir, e não ter tudo de você em um dia.
Mas é que dizem que sempre um dos dois ama mais...
Deus, quem dera se não fosse eu.
E essa idéia de falar que coloquei meus pés no chão? Eu sou a que esta sempre sonhando que a cena do filme mais bonito que eu já vi seja uma cena da minha própria vida. Eu sei, não dá, mas minha vida perde o sentido se eu parar de sonhar e de tentar. Porém eu ainda não aprendi que existem tentativas vãs. Então, acabo de cair em cima de mim, e em mim, de novo, e percebi que eu te pressionei, e ontem era exatamente isso o que eu queria. Não quero mais isso. Me jogo em suas mãos, e estamos em suas mãos, se você ainda quiser o seu tempo.
Mas, tentando uma oportunidade pra escutar um não... Eu te amo. Eu te amo mesmo. Eu to te amando mais do que eu consigo agüentar, e é isso que ta me deixando assim. E eu não sei se ta virando obsessão, ou se eu que sou tão fraca que não consigo segurar o amor. Eu não sei lidar com o desconhecido. Olha, eu quero parar de te pressionar, quero parar de te machucar e quero até parar de te amar tanto assim. Ta me fazendo mal, ta te fazendo mal, e a gente ta se perdendo comigo. E eu não quero isso. E também não quero mais te pedir pra ir embora e nem pra chegar mais cedo.
Sabe, eu só quero ter você o máximo que eu conseguir, e não ter tudo de você em um dia.
Mas é que dizem que sempre um dos dois ama mais...
Deus, quem dera se não fosse eu.
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
e passou
Já foi o tempo em que ela se perdia das preocupações, agora, deu para estar perdida nelas. Sempre esperou pelo "eu também" que lhe acarinhasse os ouvidos, mas nunca disse nada que pudesse voltar para si. De olhos abertos, ela deixou de ver a televisão para assistir às imagens que sua memória resgatava e remoldava com ar de perfeição. Talvez nada que ela pudesse ver alí, viveu de fato. Mas foi tão real como um sonho é antes que se acorde. Viu a mão feminina que tanto queria em seu rosto agora, lhe puxar pela cintura e lhe empurrar para um corpo novo. Essas duas já haviam começado do meio.
Do meio para o fim. Do copo que se quebrou na discussão, da raiva que rasgou a fotografia, do telefone que não tocou, e da carta que nunca chegou. Só o seu segredo permaneceu a salvo no silêncio: quando deitada ao lado da outra, sempre traiu o que dizia para sonhar em estar sozinha. Sozinha não seria tão ruim assim. Mas foi.
Depois as ruas. Todas as pessoas que lhe chamavam a atenção em todas essas malditas ruas eram iguais. Atraiam sua vontade, e traiam sua sensatez. Queria esquecer dos cabelos escuros, dos olhos castanhos, dos dedos finos, do cheiro de menino.
A cortina ainda dançava na janela quando despertou da distração, e o som da cidade que invadiu a sala lhe trouxe de volta a razão. Foi então que tirou os pés de cima do sofá e passou a deixá-los no chão.
O chá esfriou na mesa, o cigarro virou cinza de cinzeiro, e a saudade ficou. A saudade ficou pedurada como um quadro triste na parede.
Caiu de muito alto e caiu em si, em cima de si mesma. É que existem coisas que sempre serão suas, mas jamais irão lhe pertencer.
Do meio para o fim. Do copo que se quebrou na discussão, da raiva que rasgou a fotografia, do telefone que não tocou, e da carta que nunca chegou. Só o seu segredo permaneceu a salvo no silêncio: quando deitada ao lado da outra, sempre traiu o que dizia para sonhar em estar sozinha. Sozinha não seria tão ruim assim. Mas foi.
Depois as ruas. Todas as pessoas que lhe chamavam a atenção em todas essas malditas ruas eram iguais. Atraiam sua vontade, e traiam sua sensatez. Queria esquecer dos cabelos escuros, dos olhos castanhos, dos dedos finos, do cheiro de menino.
A cortina ainda dançava na janela quando despertou da distração, e o som da cidade que invadiu a sala lhe trouxe de volta a razão. Foi então que tirou os pés de cima do sofá e passou a deixá-los no chão.
O chá esfriou na mesa, o cigarro virou cinza de cinzeiro, e a saudade ficou. A saudade ficou pedurada como um quadro triste na parede.
Caiu de muito alto e caiu em si, em cima de si mesma. É que existem coisas que sempre serão suas, mas jamais irão lhe pertencer.
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
mãos dadas com a ironia
Vamos desprezar nossos corações, vamos conhecer pessoas novas, dar espaço para outras invasões. Vamos abrir as portas, os braços e as pernas. Vamos nos trair, em boa hora para sujar nossos rostos e bocas. Vai, podemos contradizer nossas verdades e nos proteger com o perigo. Cair e quebrar os joelhos para desaprender a levantar. Eu posso fingir que não dói porque sei mentir. E se eu não quisesse tanto o contrário, já teria me perdido no vazio da mais falsa liberdade. Mas alguma coisa em você me mostrou que liberdade é algo mais parecido com se livrar do resto do mundo.
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
décimo
Me dá você pra mim? Te compro de novo se já te vendi. Você nunca teve uma etiqueta com qualquer preço, e jamais te vi exposto em uma vitrine. Te encontrei no presente mais perfeito que a gente viveu, ele nem precisou de embrulho. Mas olha, não se preocupe, eu sei que essas coisas custam caro. E pode ter a certeza de que vou investir em cada beijo com seu sabor, todo abraço de lua cheia e conversa de fim de noite. Acho que ainda somos dois adolescentes sempre planejando a melhor parte da juventude. Então me deixa sempre sentir sua essência escondida no perfume do seu pescoço. Preciso tanto me perder do caminho de casa nos seus cabelos, nos seus olhos castanhos, nas suas mãos confortáveis. Vamos visitar cada canto nosso, andar como donos de uma cidade tão pequena quanto a breve beleza dos dias em que os seus sorrisos me fizeram feliz. A gente pode conquistar o mundo, ou apenas podemos conquistar o chão da praça mais bonita ao deitar e olhar as estrelas. Eu, olharei sempre pra você. Prometo que vou colocar sua foto num porta retrato na minha cabeceira, e que hoje eu quero você mais do que já quis ontem.
terça-feira, 25 de novembro de 2008
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
falta
Juro que não sei o que você fez das minhas noites. Sem você elas são intermináveis, trocam de lugar com o tédio, me pintam olheiras, e fazem do sono algo inquietante. Fico horas brincando de mudar de posição na cama, pensando em tudo, e tudo te tem de alguma forma.
Nunca estiquei tanto minha imaginação como nesses últimos meses. É de sentir meus lábios beijando suas pálpebras para que seu sono venha junto com o meu. Poder dormir sem dizer adeus, até logo, ou qualquer coisa parecida. Tão real quanto sentir seu cheiro no abraço mais apertado. É tanta imaginação, que me faz acreditar na morte do final no recomeço de começos.
Juro que não sei o que você fez de mim. Certamente colocou uma etiqueta com seu nome dentro dos meus sonhos. São seus ou só sonho com você aqui, agora.
Então eu senti que faltava algo pela manhã, talvez um livro novo para ler, ou aquele seu beijo de bom dia. A gente não escolhe por quem cair, e nem sempre dá vontade de escolher... a gente só cai.
E você pode até achar engraçado o jeito como eu quero estar perto sempre, mesmo de longe. Então, espere por amanhã, espere só por amanhã! Que eu faço desses dias de tentativa de distancia uma corda para te puxar, te trazer até aqui... sem te amarrar.
Não sei por que, e preciso perguntar... será que será sempre tudo tão previsível assim? Eu já sabia disso quando comecei. E também sei que seria impossível deixar, só deixar como está.
Eu vejo que as vezes fica difícil de acreditar em você.
Então, vou apenas acreditar em nós.
Nunca estiquei tanto minha imaginação como nesses últimos meses. É de sentir meus lábios beijando suas pálpebras para que seu sono venha junto com o meu. Poder dormir sem dizer adeus, até logo, ou qualquer coisa parecida. Tão real quanto sentir seu cheiro no abraço mais apertado. É tanta imaginação, que me faz acreditar na morte do final no recomeço de começos.
Juro que não sei o que você fez de mim. Certamente colocou uma etiqueta com seu nome dentro dos meus sonhos. São seus ou só sonho com você aqui, agora.
Então eu senti que faltava algo pela manhã, talvez um livro novo para ler, ou aquele seu beijo de bom dia. A gente não escolhe por quem cair, e nem sempre dá vontade de escolher... a gente só cai.
E você pode até achar engraçado o jeito como eu quero estar perto sempre, mesmo de longe. Então, espere por amanhã, espere só por amanhã! Que eu faço desses dias de tentativa de distancia uma corda para te puxar, te trazer até aqui... sem te amarrar.
Não sei por que, e preciso perguntar... será que será sempre tudo tão previsível assim? Eu já sabia disso quando comecei. E também sei que seria impossível deixar, só deixar como está.
Eu vejo que as vezes fica difícil de acreditar em você.
Então, vou apenas acreditar em nós.
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Closer:
"- Don't stop loving me. I can see it draining out of you. It's me, remember? It was a stupid thing to do and it meant nothing. If you love me enough, you'll forgive me. Where is this love? I can't see it, I can't touch it. I can't feel it. I can hear it. I can hear some words, but I can't do anything with your easy words. You don't know the first thing about love, because you don't understand compromise".
domingo, 16 de novembro de 2008
não esquecer:
de que só amor não basta.
de que as palavras não contém um único significado.
de ter ações, causar reações.
de ler nas entrelinhas.
de não deduzir.
de mim.
sábado, 15 de novembro de 2008
Falando em cenas
Essa foi a mais triste que eu já protagonizei. Não se pode sair do mar sem levar ao menos uma gota, e você me enxugou, e eu me encharquei, de chuva, de frio, de medo. A cada passo, parecia que meu coração se enroscava no seu sapato... era como se ele quisesse te puxar de volta, mas tudo o que conseguia era ser pisado. Eu senti os meus ossos enfraquecerem no momento que eu mais precisei deles, mas estabilizei quando entrei no clichê abraço aos joelhos, e desse jeito, próximo aos joelhos, se abria uma nova ferida.
E nessa cena você nem olhou pra trás.
E nessa cena você nem olhou pra trás.
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
va i d a d e...
Marcelle tinha ido para o banho. A noite prometia ser ótima, e ela prometia se arrumar à altura. Eu já previa que ficaria no seu quarto por intermináveis duas horas. Sozinha com todas as suas coisas, escolhi dar uma olhada no seu diário. Abri bem no meio, em uma folha marcada por um clips que segurava a embalagem do maço de um malboro vermelho.
"Tem vezes que o cigarro é o único que me acompanha, não perde o passo. Queima conforme o meu fôlego, queima o meu fôlego. Tem dias que é só ele quem me beija a boca e intimida a solidão. Odeio a solidão e, por isso, ao fim do último trago, enfim o salto do filtro ao asfalto, confiro o maço a procura de outro. Maltrata a minha garganta e os meus dentes, altera o meu perfume e a minha imagem, mas eu gosto mesmo assim."
Bom, ela gosta.
"Tem vezes que o cigarro é o único que me acompanha, não perde o passo. Queima conforme o meu fôlego, queima o meu fôlego. Tem dias que é só ele quem me beija a boca e intimida a solidão. Odeio a solidão e, por isso, ao fim do último trago, enfim o salto do filtro ao asfalto, confiro o maço a procura de outro. Maltrata a minha garganta e os meus dentes, altera o meu perfume e a minha imagem, mas eu gosto mesmo assim."
Bom, ela gosta.
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
[nomeretirado]
Vamos começar pela lua. Como pode ser tão grande e caber nos seus olhos? É um tipo de reflexo que eu queria em mim. E depois, é ela quem fica de lanterna para os nossos passos quando é noite. Nunca nem escondi que prefiro as noites, que prefiro esquecer a hora de voltar, que te prefiro quando o céu está escuro. Em pensar que as estrelas sempre vão precisar do céu apagado para brilhar, alheia a isto, mesmo quando já se fez manhã e estamos indo para nossas casas, a lua permanece mais algumas horas pendurada a cima de nossas cabeças.
Prender as mãos, mantê-las cruzando nossos pulsos. Tenho certeza que elas odeiam os postes e as esquinas complicadas que tentam separá-las. Mal consigo me importar se as palmas estão suadas, ou tremendamente geladas, enquanto simplesmente estivermos de mãos dadas. E carinho, carinho se mostra com mãos, com um leve toque, seja nos cabelos, no braço, na perna, nos pés, ou desenhando a forma do rosto. As suas mãos falam. Aquela mão tímida que quebra a distância de uma mesa para dois, atravessando pratos, copos e saleiros em busca de companhia. Aquela mão que me cutuca discretamente enquanto qualquer um fala, só para que eu saiba que pensamos na mesma coisa. Aquela sua mão que me aperta a cintura, que me puxa com força para levar a minha boca até a sua.
O seu gosto não me enjoa, não me farta, não tem fim. Decorei cada pedacinho da sua boca, você sabe, preciso dela ainda assim. Nossos lábios já tomaram um a forma do outro, do mesmo jeito que o travesseiro te acomoda a cabeça na hora de dormir. Eu gosto mais de dormir com nossos lábios colados, respirando o mesmo ar que te faz respirar. O mesmo ar que encontra meu ouvido e me faz arrepiar...
[fimretirado]
Prender as mãos, mantê-las cruzando nossos pulsos. Tenho certeza que elas odeiam os postes e as esquinas complicadas que tentam separá-las. Mal consigo me importar se as palmas estão suadas, ou tremendamente geladas, enquanto simplesmente estivermos de mãos dadas. E carinho, carinho se mostra com mãos, com um leve toque, seja nos cabelos, no braço, na perna, nos pés, ou desenhando a forma do rosto. As suas mãos falam. Aquela mão tímida que quebra a distância de uma mesa para dois, atravessando pratos, copos e saleiros em busca de companhia. Aquela mão que me cutuca discretamente enquanto qualquer um fala, só para que eu saiba que pensamos na mesma coisa. Aquela sua mão que me aperta a cintura, que me puxa com força para levar a minha boca até a sua.
O seu gosto não me enjoa, não me farta, não tem fim. Decorei cada pedacinho da sua boca, você sabe, preciso dela ainda assim. Nossos lábios já tomaram um a forma do outro, do mesmo jeito que o travesseiro te acomoda a cabeça na hora de dormir. Eu gosto mais de dormir com nossos lábios colados, respirando o mesmo ar que te faz respirar. O mesmo ar que encontra meu ouvido e me faz arrepiar...
[fimretirado]
sábado, 20 de setembro de 2008
quase, quase.
[de 24/08/2007]
Cláudia não via um futuro promissor cheirando á óleo e lidando com clientes que bebiam o dia todo. Cláudia não agüentava mais pegar o ônibus mais lotado e agitado de manhã, e voltar no caminho mais vazio e perigoso de noite. Eram tantos os sonhos de vida, que se acabavam ao sentir o cheiro do banheiro que lavaria todas as manhãs, ou de ter que agüentar todas as cantadas e desacatos durante todo seu expediente. Não era a primeira vez que Cláudia era explorada.
Tia Clara,
Desculpa se este papel chegar até as suas mãos com alguns borrões. Desculpa se eu irei te deixar apavorada, saiba que eu estarei bem.
Você sabe tia, nada ta fácil por aqui. Desde que mamãe se foi (já faz 5 anos, o tempo corre), eu tenho tido que agüentar muitas coisas aqui em casa. Coisas que pareciam pequenas, hoje tomam rumos grandes e sérios, e eu resolvi por um ponto final nisso tudo.
Eu sempre tentei cuidar do Fabinho e do Rafa da melhor forma, porém hoje eles ficam o dia todo na rua, e quando estão em casa, estão pra pedir dinheiro que eu consigo apenas vendendo aquelas bijuterias que eu ainda faço. Tenho me matado de estudar pra ver se consigo mudar a história dessa família, e quem sabe um dia, construir a minha. Mas tia, não tenho tido sucesso. Cada dia que passa, as dívidas aumentam aqui em casa, o dono está por nos despejar, telefone foi cortado, luz e água também. Tenho que pedir de vez em quando, porta a porta, alguns mantimentos básicos para ter o que comer.
Só recebo não a cada entrevista de emprego que vou procurar. Por eu ter 16 anos, fica difícil ter alguma oportunidade verdadeira.
E eu sinto falta, tia, sinto falta do carinho da minha mãe, dos conselhos dela, ou do jeito que ela tinha de nunca deixar faltar nada em casa. Batalhadora que não caia jamais. E é neste ideal que eu vou me apoiar daqui adiante.
Resolvi abandonar os meus irmãos, eles não precisam mais de mim. Resolvi abandonar o meu pai, que semana passada cometeu um erro irreversível comigo, um erro que eu nunca mais vou perdoar, um erro que eu esperava de qualquer monstro, mais não, não do meu pai.
Estava de noite, eu tinha acabado de voltar da escola, meu pai estava em casa, bêbado como jamais estava. Dei um beijo na bochecha dele, e fui pro meu quarto pra evitar brigas. Ouvi ele fechando as portas, e apagando as luzes, eu já estava deitada quando percebi que ele estava entrando no meu quarto. Levantei, pra ver se ele precisava de alguma coisa, ou se ele queria que eu esquentasse a comida. Quando vi, ele havia trancado a porta com a chave, e então, começou o maior pesadelo da minha vida. Talvez tenha sido pior do que ver minha mãe morrendo lentamente com a maior vontade de viver. Nada foi pior do que ver os olhos azuis do meu pai, me fitando como se eu fosse mais uma vagabunda de esquina que ele estava acostumado a lidar. Eu ERA sua filha.
Sim tia, vou abandonar tudo, acho que vou morar de favor na casa de uma amiga que mora em Guarulhos e por lá ficar até conseguir um apartamento de aluguel, sei lá.
Escrevi para você, porque você a única da família que eu ainda mantenho contato, e eu não vou te pedir mais nada além da sua atenção ao ler esta carta, porque eu sei que você também não pode me ajudar.
Espero que você esteja bem, se cuide, ok? Fica com Deus, e não se preocupe comigo.
Beijos,
Cláudia.
Cinco anos depois, ela ainda estava lá. Era mais uma tarde vazia, que passava entre cervejas, cinzas de cigarro, informações sobre ruas e avenidas, e a servir quem a pedia. Estava de costas lavando a louça, e ouvindo qualquer coisa que passava no rádio. O bar estava sem movimento, e a tarde suava calma e lenta. Quando um cliente entrou, e pediu uma cerveja. Cláudia sem virar as costas, foi pegar a cerveja e com ela ainda nas mãos, olhou para o cliente. Era um homem de uns 50 e poucos anos, bem vestido, de olhos bonitos, porém tristes, que num instante de segundo remeteu a Cláudia tudo que ela queria esquecer. Uma lágrima caiu de seus olhos, enquanto os olhos do senhor pareciam arregalados e assustados. A cerveja caiu no chão, e partiu em mil estilhaços, como o coração de Cláudia.
A tarde passou, o bar fechou, nada foi dito. Cliente saiu, cliente entrou, cliente saiu, e as portas se fecharam mais uma vez. No ônibus agora vazio, Cláudia olhava pela janela e via as crianças nos faróis, meninas com saias curtas a cada esquina, velhos jogados na calçada úmida, provavelmente sentindo frio.
Cláudia não queria mais se perguntar o ‘por que?’ de tudo que aconteceu naquela tarde, ela não conseguiria obter respostas. Tudo que Cláudia sabia, é que sua vida até então tinha sido apenas exploração, em troca de mais exploração.
Desceu do ônibus, andou um pouco, chegou em casa, abriu o seu apartamento, deitou na sua cama, trancou as portas, se trancou dentro do seu quarto, apagou as luzes. Dormiu.
Cláudia não via um futuro promissor cheirando á óleo e lidando com clientes que bebiam o dia todo. Cláudia não agüentava mais pegar o ônibus mais lotado e agitado de manhã, e voltar no caminho mais vazio e perigoso de noite. Eram tantos os sonhos de vida, que se acabavam ao sentir o cheiro do banheiro que lavaria todas as manhãs, ou de ter que agüentar todas as cantadas e desacatos durante todo seu expediente. Não era a primeira vez que Cláudia era explorada.
Tia Clara,
Desculpa se este papel chegar até as suas mãos com alguns borrões. Desculpa se eu irei te deixar apavorada, saiba que eu estarei bem.
Você sabe tia, nada ta fácil por aqui. Desde que mamãe se foi (já faz 5 anos, o tempo corre), eu tenho tido que agüentar muitas coisas aqui em casa. Coisas que pareciam pequenas, hoje tomam rumos grandes e sérios, e eu resolvi por um ponto final nisso tudo.
Eu sempre tentei cuidar do Fabinho e do Rafa da melhor forma, porém hoje eles ficam o dia todo na rua, e quando estão em casa, estão pra pedir dinheiro que eu consigo apenas vendendo aquelas bijuterias que eu ainda faço. Tenho me matado de estudar pra ver se consigo mudar a história dessa família, e quem sabe um dia, construir a minha. Mas tia, não tenho tido sucesso. Cada dia que passa, as dívidas aumentam aqui em casa, o dono está por nos despejar, telefone foi cortado, luz e água também. Tenho que pedir de vez em quando, porta a porta, alguns mantimentos básicos para ter o que comer.
Só recebo não a cada entrevista de emprego que vou procurar. Por eu ter 16 anos, fica difícil ter alguma oportunidade verdadeira.
E eu sinto falta, tia, sinto falta do carinho da minha mãe, dos conselhos dela, ou do jeito que ela tinha de nunca deixar faltar nada em casa. Batalhadora que não caia jamais. E é neste ideal que eu vou me apoiar daqui adiante.
Resolvi abandonar os meus irmãos, eles não precisam mais de mim. Resolvi abandonar o meu pai, que semana passada cometeu um erro irreversível comigo, um erro que eu nunca mais vou perdoar, um erro que eu esperava de qualquer monstro, mais não, não do meu pai.
Estava de noite, eu tinha acabado de voltar da escola, meu pai estava em casa, bêbado como jamais estava. Dei um beijo na bochecha dele, e fui pro meu quarto pra evitar brigas. Ouvi ele fechando as portas, e apagando as luzes, eu já estava deitada quando percebi que ele estava entrando no meu quarto. Levantei, pra ver se ele precisava de alguma coisa, ou se ele queria que eu esquentasse a comida. Quando vi, ele havia trancado a porta com a chave, e então, começou o maior pesadelo da minha vida. Talvez tenha sido pior do que ver minha mãe morrendo lentamente com a maior vontade de viver. Nada foi pior do que ver os olhos azuis do meu pai, me fitando como se eu fosse mais uma vagabunda de esquina que ele estava acostumado a lidar. Eu ERA sua filha.
Sim tia, vou abandonar tudo, acho que vou morar de favor na casa de uma amiga que mora em Guarulhos e por lá ficar até conseguir um apartamento de aluguel, sei lá.
Escrevi para você, porque você a única da família que eu ainda mantenho contato, e eu não vou te pedir mais nada além da sua atenção ao ler esta carta, porque eu sei que você também não pode me ajudar.
Espero que você esteja bem, se cuide, ok? Fica com Deus, e não se preocupe comigo.
Beijos,
Cláudia.
Cinco anos depois, ela ainda estava lá. Era mais uma tarde vazia, que passava entre cervejas, cinzas de cigarro, informações sobre ruas e avenidas, e a servir quem a pedia. Estava de costas lavando a louça, e ouvindo qualquer coisa que passava no rádio. O bar estava sem movimento, e a tarde suava calma e lenta. Quando um cliente entrou, e pediu uma cerveja. Cláudia sem virar as costas, foi pegar a cerveja e com ela ainda nas mãos, olhou para o cliente. Era um homem de uns 50 e poucos anos, bem vestido, de olhos bonitos, porém tristes, que num instante de segundo remeteu a Cláudia tudo que ela queria esquecer. Uma lágrima caiu de seus olhos, enquanto os olhos do senhor pareciam arregalados e assustados. A cerveja caiu no chão, e partiu em mil estilhaços, como o coração de Cláudia.
A tarde passou, o bar fechou, nada foi dito. Cliente saiu, cliente entrou, cliente saiu, e as portas se fecharam mais uma vez. No ônibus agora vazio, Cláudia olhava pela janela e via as crianças nos faróis, meninas com saias curtas a cada esquina, velhos jogados na calçada úmida, provavelmente sentindo frio.
Cláudia não queria mais se perguntar o ‘por que?’ de tudo que aconteceu naquela tarde, ela não conseguiria obter respostas. Tudo que Cláudia sabia, é que sua vida até então tinha sido apenas exploração, em troca de mais exploração.
Desceu do ônibus, andou um pouco, chegou em casa, abriu o seu apartamento, deitou na sua cama, trancou as portas, se trancou dentro do seu quarto, apagou as luzes. Dormiu.
sexta-feira, 12 de setembro de 2008
Diz quanto vale
O dinheiro que encontro no chão,
A festa do ano novo,
O lugar vazio no ônibus,
Um dia esperado,
Um dia improvisado,
Para qualquer coisa,
sem você.
Então criei meu céu nebuloso,
Tentei não ficar com cara feia
Ao descobrir que desisti da vida
Quando te vi atrás da porta.
- Alô? Mãe, ela me deixou.
- Filho, calma, ela só vai desocupar um lado da cama
e reduzir pela metade
a conta de telefone.
Cortei com serrote a sua parte.
A cama já não serve mais,
tentei que virasse solteira.
Mas ela não superou, virou lixo.
Vendi o carro
Comprei em cigarro e café
Vendi o carro
Tô andando de cigarro e de café
Vendi o carro
Pela a metade do preço que você sugeriu.
Desculpa?
Embalei o álbum em papel camurça,
- Brother, que eu faço com as coisas que ela deixou aqui?
- Dá embora.
De porre,
Copo na minha mão,
Televisão chiando,
Caneta nos dentes,
Cigarro molhado no café,
Decorei: na foto do buquê seu tio avó aparece lá atrás dormindo.
São quarenta e cinco, no total.
A capa azul não me agrada,
Mas o som da festa sim.
Não gosto do seu sorriso da terceira de trás para frente,
Parece forçado e forjado.
Desculpa.
Não vou poder continuar por hoje,
Preciso tomar banho. Não sei.
Amanhã te vejo, ta?
Aonde?
Pode ser lá na dos seus pais,
Aquela décima segunda,
Que eu apareço segurando a sua mão e olhando pra câmera errada.
Até amanhã meu amor.
Eu amo você.
A festa do ano novo,
O lugar vazio no ônibus,
Um dia esperado,
Um dia improvisado,
Para qualquer coisa,
sem você.
Então criei meu céu nebuloso,
Tentei não ficar com cara feia
Ao descobrir que desisti da vida
Quando te vi atrás da porta.
- Alô? Mãe, ela me deixou.
- Filho, calma, ela só vai desocupar um lado da cama
e reduzir pela metade
a conta de telefone.
Cortei com serrote a sua parte.
A cama já não serve mais,
tentei que virasse solteira.
Mas ela não superou, virou lixo.
Vendi o carro
Comprei em cigarro e café
Vendi o carro
Tô andando de cigarro e de café
Vendi o carro
Pela a metade do preço que você sugeriu.
Desculpa?
Embalei o álbum em papel camurça,
- Brother, que eu faço com as coisas que ela deixou aqui?
- Dá embora.
De porre,
Copo na minha mão,
Televisão chiando,
Caneta nos dentes,
Cigarro molhado no café,
Decorei: na foto do buquê seu tio avó aparece lá atrás dormindo.
São quarenta e cinco, no total.
A capa azul não me agrada,
Mas o som da festa sim.
Não gosto do seu sorriso da terceira de trás para frente,
Parece forçado e forjado.
Desculpa.
Não vou poder continuar por hoje,
Preciso tomar banho. Não sei.
Amanhã te vejo, ta?
Aonde?
Pode ser lá na dos seus pais,
Aquela décima segunda,
Que eu apareço segurando a sua mão e olhando pra câmera errada.
Até amanhã meu amor.
Eu amo você.
Do tempo, a gente vira presa. Do medo, a gente se esconde. Da vida, a gente se desespera. De hora em hora, pessoas ficam depressivas e deixam a sinceridade e a loucura tomar conta do corpo e agirem por vontade própria. Em outros instantes, o sentimento verdadeiro se liga às lembranças e gera lágrimas.
No desespero, tudo caminha torto. Na trilha, as migalhas somem e perdemos os sentidos. O vazio nos toma e... adeus, alegria.
No desespero, tudo caminha torto. Na trilha, as migalhas somem e perdemos os sentidos. O vazio nos toma e... adeus, alegria.
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
Sem horas e sem dores.
Jaz a notícia do extraordinário homem que nasceu de cabelos azuis.
Jazem também os cabelos amarelos e alguns fios de vermelho. E estirado sobre o chão, jaz o corpo do velho castigado.
É triste ser deixado.
Jaz, aqui, o homem que nasceu com o maior nariz do mundo. Jazem também a enorme boca maquiada, e o seu semblante carregado.
É triste esconder.
Jaz, em suas mangas, os truques já manjados. O truque no olho e o olho borrado.
É triste ser passado.
Jaz o homem que não veio de mãe, e não deu no pé. De lugar nenhum e no canto qualquer.
É triste não saber.
Jaz, aqui, a história do extraordinário velho engraçado,
ou
do homem que na vida teve que maquiar a boca pra sorrir.
Quebra-se a rima:
É triste ser palhaço.
Jazem também os cabelos amarelos e alguns fios de vermelho. E estirado sobre o chão, jaz o corpo do velho castigado.
É triste ser deixado.
Jaz, aqui, o homem que nasceu com o maior nariz do mundo. Jazem também a enorme boca maquiada, e o seu semblante carregado.
É triste esconder.
Jaz, em suas mangas, os truques já manjados. O truque no olho e o olho borrado.
É triste ser passado.
Jaz o homem que não veio de mãe, e não deu no pé. De lugar nenhum e no canto qualquer.
É triste não saber.
Jaz, aqui, a história do extraordinário velho engraçado,
ou
do homem que na vida teve que maquiar a boca pra sorrir.
Quebra-se a rima:
É triste ser palhaço.
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
versão di.
Eram quase nove horas quando ele atravessou a sala com tudo. Bateu a porta de um jeito que fez estremecer todas as paredes da casa. Encolhi os ombros, serrei os olhos com o barulho, e senti estremecer até os meus ossos. Não me arrependi. Talvez ele nunca fosse entender mesmo, e eu não precisava que ele entendesse. Para ser franca, nem queria. Quem sabe se eu devesse ter corrido atrás dele, gritado seu nome, se pelo menos lhe desse um pequeno abraço que seja. Um abraço não curaria nada! Eu sei disso porque anos atrás quando eu saí batendo a porta, a última coisa que queria era a porcaria de um abraço.
Olhei entusiasmada para a janela toda molhada de chuva, sempre achei que ela ficava mais bonita assim. Uma folha de árvore, bem grande, grudou no vidro por alguns segundos. Aproximei-me e vi que era seca, então caiu. Logo voltei meu pensamento nele, aquele que fiz sair feito um furacão tão furioso que destruiria uma cidade inteira só para aliviar sua raiva. Grande bosta, ele caiu como a folha, e de tão seco que era não fez falta. Caiu de seco que era. E acredito que seria impossível calcular quantos quilos aquele garoto pesava para mim.
O cigarro ainda queimava no cinzeiro, em cima da mesa de centro. Eu o acendi logo que resolvi falar tudo de uma vez. Foi tudo isso o que durou a nossa briga. O fim de meses inteiros, anos contadinhos dia por dia, resumiu-se nesse meio cigarro queimado. Uma pena, deve ser para ele. Uma pena deve ser para os olhos daqueles que nos acompanhavam como se fossemos uma novelinha. Uma pena para os tios, os primos, e os amigos que nos azucrinavam nas festinhas de família. Uma pena também deve ser para aqueles invejosos que tinham o que invejar e agora não sobrou mais nada. Na verdade eu não me importo muito mais.
Abri a geladeira, eu sempre faço isso para matar o tempo. Agora eu queria fazer alguma coisa com o tempo. Estava ficando deprimida. Acho que meu egoísmo me pegou severo demais. Mas toda vez que eu pensava na boca que eu já havia enjoado, subiam-me náuseas. Era um desgosto só imaginar tudo de novo, todo aquele tempo que hoje está morto. E eu falando em matar tempo. Nunca matei tanto tempo estando ao lado de alguém. Exatamente assim, acho que estávamos apenas matando o tempo. Matamos belos meses, maravilhosos dois anos e poucos dias, doze horas e meio cigarro queimado. Bom, agora até o cigarro já havia apagado.
Fico pensando se algum dia eu o topar pela rua. Caminharíamos algumas quadras juntos, ele forçaria um sorriso escancarado e eu me encheria de tédio, mas seria bem agradável. Ele certamente perguntaria a quantas anda a minha vida, e comentaríamos de alguns conhecidos. Depois na esperança de me conquistar de novo, ele me convidaria para um encontro, só para quem sabe, algum dia, ter a chance de me massacrar como eu fiz anteriormente. Talvez eu até deixaria escapar um sorriso sincero. Nos despediríamos na próxima esquina e haveria mais um fim de um dia estúpido, daqueles que só servem para enxer sua vida de horas.
Entretanto, se eu acabar por me apaixonar novamente por ele, seria por algum detalhezinho que eu ainda não fui capaz de enxergar. E aí, ele seria uma outra pessoa, tão nova quanto uma daquelas que se vê pela primeira vez em um bar. Porém, esse futuro nem sequer existe, e eu não quero que venha a existir.
A realidade é que eu já o troquei, por alguém bem menor que ele. Mas que se encaixa perfeitamente nessa porção limitada que eu sou. Os seus braços se parecem mais com os meus. Simplesmente fui correr atrás dos meus interesses.
Deitei no sofá, brincando com controle remoto da televisão enquanto paquerava o telefone. Eu tinha para quem ligar, só não queria ainda.
Olhei entusiasmada para a janela toda molhada de chuva, sempre achei que ela ficava mais bonita assim. Uma folha de árvore, bem grande, grudou no vidro por alguns segundos. Aproximei-me e vi que era seca, então caiu. Logo voltei meu pensamento nele, aquele que fiz sair feito um furacão tão furioso que destruiria uma cidade inteira só para aliviar sua raiva. Grande bosta, ele caiu como a folha, e de tão seco que era não fez falta. Caiu de seco que era. E acredito que seria impossível calcular quantos quilos aquele garoto pesava para mim.
O cigarro ainda queimava no cinzeiro, em cima da mesa de centro. Eu o acendi logo que resolvi falar tudo de uma vez. Foi tudo isso o que durou a nossa briga. O fim de meses inteiros, anos contadinhos dia por dia, resumiu-se nesse meio cigarro queimado. Uma pena, deve ser para ele. Uma pena deve ser para os olhos daqueles que nos acompanhavam como se fossemos uma novelinha. Uma pena para os tios, os primos, e os amigos que nos azucrinavam nas festinhas de família. Uma pena também deve ser para aqueles invejosos que tinham o que invejar e agora não sobrou mais nada. Na verdade eu não me importo muito mais.
Abri a geladeira, eu sempre faço isso para matar o tempo. Agora eu queria fazer alguma coisa com o tempo. Estava ficando deprimida. Acho que meu egoísmo me pegou severo demais. Mas toda vez que eu pensava na boca que eu já havia enjoado, subiam-me náuseas. Era um desgosto só imaginar tudo de novo, todo aquele tempo que hoje está morto. E eu falando em matar tempo. Nunca matei tanto tempo estando ao lado de alguém. Exatamente assim, acho que estávamos apenas matando o tempo. Matamos belos meses, maravilhosos dois anos e poucos dias, doze horas e meio cigarro queimado. Bom, agora até o cigarro já havia apagado.
Fico pensando se algum dia eu o topar pela rua. Caminharíamos algumas quadras juntos, ele forçaria um sorriso escancarado e eu me encheria de tédio, mas seria bem agradável. Ele certamente perguntaria a quantas anda a minha vida, e comentaríamos de alguns conhecidos. Depois na esperança de me conquistar de novo, ele me convidaria para um encontro, só para quem sabe, algum dia, ter a chance de me massacrar como eu fiz anteriormente. Talvez eu até deixaria escapar um sorriso sincero. Nos despediríamos na próxima esquina e haveria mais um fim de um dia estúpido, daqueles que só servem para enxer sua vida de horas.
Entretanto, se eu acabar por me apaixonar novamente por ele, seria por algum detalhezinho que eu ainda não fui capaz de enxergar. E aí, ele seria uma outra pessoa, tão nova quanto uma daquelas que se vê pela primeira vez em um bar. Porém, esse futuro nem sequer existe, e eu não quero que venha a existir.
A realidade é que eu já o troquei, por alguém bem menor que ele. Mas que se encaixa perfeitamente nessa porção limitada que eu sou. Os seus braços se parecem mais com os meus. Simplesmente fui correr atrás dos meus interesses.
Deitei no sofá, brincando com controle remoto da televisão enquanto paquerava o telefone. Eu tinha para quem ligar, só não queria ainda.
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
Mais um mês
Não consigo ficar se não for totalmente apaixonada pela maneira como você transforma as minhas coisas. Sou tão livre para ser quem sou, e é justamente o seu sorriso quem me liberta. Sabe, eu não esqueço nunca do primeiro dia em que te vi no salão e do seu cabelo grande que me chamou a atenção. E eu acho tão lindo o jeito como você fecha os seus olhos, e como você me espia enquanto eu te espio me espiar, e também o jeitinho como você fala que é tão seu, gosto até de como você canta as músicas que eu odeio! Gosto de como você me abraça na rua, e de como você beija, como você me beija. Eu só queria dizer o quanto eu te amo, e que eu sempre durmo para te ver no dia seguinte.
quarta-feira, 20 de agosto de 2008
uta.
Aquela cara de desastre vestia tudo a sua volta. Ela só gostaria de ter pípulas que carregassem toda a angústia para longe do seu alcance, num canto escondido bem no fundo do seu corpo. Sim, seria pedir demais adiar os problemas, pois tudo se acumularia de qualquer forma no fim. Não se pode esquecer uma decepção, não tão fácil assim.
Algumas músicas a empulsionaram escrever. Mas não cartas de amor, implorando para a sua felicidade continuar nos braços de quem sempre esteve. Ela mal conseguia assistir seu sorriso através do espelho - havia ficado muito amarelado.
Agora, só faltava aturar o seu pior pesadelo até que terminasse. Enquanto isso, prometia para as paredes de seu quarto e para os quadros mortos do corredor, que iria parar de chorar em vão. Porém, vãs, eram suas próprias promessas. Tudo bem, vai... pelo menos o escuro escondia a sua tristeza, e o futuro, mais tarde, a confortaria com erros engraçados. Percebe sua vida começando à partir desse não ardido? Sei que é difícil, mas tente entender: foi apenas a negação de uma escolha única; te sobra todo o resto. Já está na hora de cair em si.
- Ei, não volte para mim.
A liberdade se fantasiou de mudanças que ela ignorou por tanto tempo, que agora lhe corre pela espinha uma enorme sensação de vergonha. Que puta idiotice! Mas sempre dá tempo, tem que dar. Coloque os óculos, querida. Você já pode ver.
Algumas músicas a empulsionaram escrever. Mas não cartas de amor, implorando para a sua felicidade continuar nos braços de quem sempre esteve. Ela mal conseguia assistir seu sorriso através do espelho - havia ficado muito amarelado.
Agora, só faltava aturar o seu pior pesadelo até que terminasse. Enquanto isso, prometia para as paredes de seu quarto e para os quadros mortos do corredor, que iria parar de chorar em vão. Porém, vãs, eram suas próprias promessas. Tudo bem, vai... pelo menos o escuro escondia a sua tristeza, e o futuro, mais tarde, a confortaria com erros engraçados. Percebe sua vida começando à partir desse não ardido? Sei que é difícil, mas tente entender: foi apenas a negação de uma escolha única; te sobra todo o resto. Já está na hora de cair em si.
- Ei, não volte para mim.
A liberdade se fantasiou de mudanças que ela ignorou por tanto tempo, que agora lhe corre pela espinha uma enorme sensação de vergonha. Que puta idiotice! Mas sempre dá tempo, tem que dar. Coloque os óculos, querida. Você já pode ver.
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
quem levα αs estrelαs emborα
quαndo é diα?
quem tirα meu cαnsαço
enquαnto eu durmo?
quem trαz o αmor
vestido em umα pessoα?
quem colocα αs pαlαvrαs
dentro dα lαpiseirα?
quem sαbe o que é sentimento?
quem diz o que sinto por dentro?
quem tirα meu cαnsαço
enquαnto eu durmo?
quem trαz o αmor
vestido em umα pessoα?
quem colocα αs pαlαvrαs
dentro dα lαpiseirα?
quem sαbe o que é sentimento?
quem diz o que sinto por dentro?
terça-feira, 5 de agosto de 2008
transposto.
Talvez você tenha uma idéia relativa do quanto você é importante para mim. A culpa da frase ter o relativa, talvez seja minha. Talvez, a frase não precise dela. Talvez a minha cabeça que se confunde com o modo certo ou errado de enxergar as coisas, e com o modo que as coisas são, relativamente, sendo. E o que é? É a confusão que todo sentimento provoca nas nossas idéias. Lembrando e relembrando sorrisos, palavras, toques, nucas e cílios. Mas com confusão, ou sem ela, é você que bate e rebate nos meus pensamentos por todo tempo. E eu sei que você sabe,
eu te amo.
eu te amo.
segunda-feira, 4 de agosto de 2008
Para um dos meus fantasmas
Isso soa como idiotice, mas ultimamente eu tenho me imaginado de frente com você, tocando no violão suas músicas favoritas. Será que você desviaria o olhar se eu cantasse para os seus olhos? Não sei tocar violão.
Queria já estar acostumada com o barulho que você deve fazer quando coloca as chaves em cima da mesa, ou saber que você chegou de ouvir o som da porta bater. Mas nossa rotina não se cruza dessa maneira.
Acho que nunca te contei, mas eu ainda acordo de madrugada procurando seu cheiro nos lençóis. É que o seu nome ainda não consegue me descrever seu perfume. Tem noites que paro pensamentos em como eu gostaria que meu travesseiro fosse seu peito, porque nessas últimas semanas, eu tenho dormido de lado só para que você caiba na minha cama.
A verdade é que paraliso toda vez que passo por alguém que tenha nos cabelos e olhos a mesma cor dos seus. E quando já nunca te esqueço, todo canto me faz te lembrar, você cabe em todos os lugares. Bem que poderia estar aqui para apagar as luzes e beijar a minha boca.
O que será que você faz enquanto escrevo? Tenho inveja de qualquer um que te conquiste a atenção, e tenho ciúmes de todos os seus sonhos. Tenho raiva daqueles que te querem, e tenho vergonha de admitir. Tenho muito medo dos seus planos e de não estar neles. Tenho tanta sorte de me sentir como sinto, mas sei também do azar que é não poder te encaixar o tempo todo aqui comigo. Tenho pensado bastante em nós e no que - ainda - não somos. Odeio estar tão apaixonada, mas é o que mais me faz sorrir.
Queria já estar acostumada com o barulho que você deve fazer quando coloca as chaves em cima da mesa, ou saber que você chegou de ouvir o som da porta bater. Mas nossa rotina não se cruza dessa maneira.
Acho que nunca te contei, mas eu ainda acordo de madrugada procurando seu cheiro nos lençóis. É que o seu nome ainda não consegue me descrever seu perfume. Tem noites que paro pensamentos em como eu gostaria que meu travesseiro fosse seu peito, porque nessas últimas semanas, eu tenho dormido de lado só para que você caiba na minha cama.
A verdade é que paraliso toda vez que passo por alguém que tenha nos cabelos e olhos a mesma cor dos seus. E quando já nunca te esqueço, todo canto me faz te lembrar, você cabe em todos os lugares. Bem que poderia estar aqui para apagar as luzes e beijar a minha boca.
O que será que você faz enquanto escrevo? Tenho inveja de qualquer um que te conquiste a atenção, e tenho ciúmes de todos os seus sonhos. Tenho raiva daqueles que te querem, e tenho vergonha de admitir. Tenho muito medo dos seus planos e de não estar neles. Tenho tanta sorte de me sentir como sinto, mas sei também do azar que é não poder te encaixar o tempo todo aqui comigo. Tenho pensado bastante em nós e no que - ainda - não somos. Odeio estar tão apaixonada, mas é o que mais me faz sorrir.
quinta-feira, 10 de julho de 2008
método
Olhei pra cima, instântaneamente olhou também.
Dizia estar procurando algo, rodiava em volta das árvores, andava rápido pela grama.
- O que é que você tanto procura?
- Eu perdi, perdi um beijo. Me ajuda a encontrar?
Então ele me deu um beijo.
- Encontrou?
- Não, não. Preciso procurar melhor...
[Continuamos nos beijando por toda a tarde.]
Dizia estar procurando algo, rodiava em volta das árvores, andava rápido pela grama.
- O que é que você tanto procura?
- Eu perdi, perdi um beijo. Me ajuda a encontrar?
Então ele me deu um beijo.
- Encontrou?
- Não, não. Preciso procurar melhor...
[Continuamos nos beijando por toda a tarde.]
sábado, 28 de junho de 2008
O se não existe
E se meus olhos tivessem mesmo virado fumaça e a calçada uma cama, o nosso tempo seria aquele único minuto para sempre. Se as luzes fossem embaçadas por menos de um efeito, o chão e o céu se misturariam desfazendo o nosso limite. Se miligramas de lagrimas não distraísse nosso corpo, não nos sentiríamos como um sentimento de vento. Se eu fosse você, meu coração ocuparia o peito inteiro. Se eu não tivesse nascido para você, simplesmente não existiria.
[Feliz 5 meses!]
sexta-feira, 27 de junho de 2008
Tempo perdido
Os olhos cansados não dão trégua, e o cansaço faz que rola na cama, te cutuca, te chama para acordar, acordar sem nem ao menos ter dormido. É o tempo perdido; no escuro de becos intravenosos, em sussurros e suspiros de batimentos cardíacos, nas palavras esperando por não serem ditas.
A gente se cala na poeira, se mantém em desuso. Mas se apaixona por planos jogados nas calçadas, pendendo entre as valetas da rua. Que infantilidade querer chamar a atenção de nós mesmos para estímulos de pseudovida e falsa liberdade. Pois falta sono e sonhos palpáveis, litros de cafeína e quilos de chocolate que poderiam se tornar a cura da ansiedade.
Mas deixa que eu me resolva na distração da tentativa de descrever o gosto do céu onde você me tem levado durante todos esses dias, e gastarei a eternidade tentando dizer o que assisto nos seus olhos. Preciso da sua certeza de me ter em seus braços por todos os seus amanhãs.
A gente se cala na poeira, se mantém em desuso. Mas se apaixona por planos jogados nas calçadas, pendendo entre as valetas da rua. Que infantilidade querer chamar a atenção de nós mesmos para estímulos de pseudovida e falsa liberdade. Pois falta sono e sonhos palpáveis, litros de cafeína e quilos de chocolate que poderiam se tornar a cura da ansiedade.
Mas deixa que eu me resolva na distração da tentativa de descrever o gosto do céu onde você me tem levado durante todos esses dias, e gastarei a eternidade tentando dizer o que assisto nos seus olhos. Preciso da sua certeza de me ter em seus braços por todos os seus amanhãs.
terça-feira, 10 de junho de 2008
Um ano e mais um dia.
Deitada no assoalho, molhando a manga da blusa com dores de cutuvelo, dormiu. Afastou os pensamentos das noites de festa em avenida movimentada, dos abraços com cheiro de confiança, das rodinhas de violão com músicas repetidas. Desfez os sorrisos falsos. Chorava a nostalgia, e a falta de tato que tinha o passado. Era a perda, não de uma pessoa, mas de muitas personalidades. Reclamava o começo de um fim, gritava o distanciamento da juventude. Primeiro foram lhe tirando o chão, depois lhe foi imposto um teto. Os joelhos que já não funcionavam mais, dobraram e cobriram a barriga. Por horas, ainda ao assoalho, ficou em formato de feto com os olhos vendados pelas lágrimas. Abafou a respiração e passou a rir, num ponto de desespero. Deu-se conta que outra menina sentará no seu lugar, abraçará seus outros amigos, cantará as mesmas músicas e vai rir das mesmas coisas. Ninguém é insubstituível por tanto tempo.
terça-feira, 27 de maio de 2008
Frio que não se sente.
Dois cheiros são divididos pela difurcação de idéias. A mente correndo a milhões de quilômetros por hora, passa por cima de qualquer fraqueza; não há fome, medo ou vontade que não possa ser feita. O mundo é você, e você se torna o mundo, podre e cheio das suas imperfeições. Mas são seus braços que desentortam as placas e as ruas mal feitas. O ar limpo clareia os pulmões e as pessoas desaparecem de tão desnecessárias. A velocidade abraça as palavras que saem atropelando umas as outras, de repente existe tanto para ser dito. Os dentes resistentes mastigam toda a covardia, e o amargo na garganta domina a boca toda. Estáticos e sincronizados a qualquer movimento, os olhos não dormem. As pernas ousadas querem ganhar o asfalto em cima dos pés alados, enquanto o nariz anestesiado por tanto perfume se perde no frio, no frio que não se sente.
terça-feira, 13 de maio de 2008
Abstinência
Costas com a parede, braços de abraço com os joelhos. Os ponteiros que giravam eram a sua única preocupação. Ansiosa pelos minutos, o frio lhe castigava o rosto e os lábios maltratados estavam ressecados. A barriga reclamava por comida, e ela só reclamava a solidão. Quando é noite e escuro, tudo parece mudar de cor e tamanho. E assim, se via pequena demais para aquela sala, quase sem móveis. A distração cochilou nas luzes que passavam correndo pelo seu tapete, sempre que um carro dobrava a rua com os faróis acesos. Mas logo vem o sol, pontual, pensou ela. E esperava por sua visita, e pelas visitas que viriam com a sua visita. Aguardava o calor e guardava rancor.
Recobrando o gosto do passado decadente que caindo lhe trouxe até alí, como quem leva um tropeço em um lance de escadas, dois pingos de tinta vermelho sangue com cheiro de ferro, mancharam o jeans. Era o nariz chorando as sensações de poder dos tiros de rebeldia.
Ela se levantou e foi até o lixo do banheiro. Nasceu esperança de recuperar os dois anos que abandonou ao acaso. Mas já era tarde. Lembra? O sol estava a caminho.
Recobrando o gosto do passado decadente que caindo lhe trouxe até alí, como quem leva um tropeço em um lance de escadas, dois pingos de tinta vermelho sangue com cheiro de ferro, mancharam o jeans. Era o nariz chorando as sensações de poder dos tiros de rebeldia.
Ela se levantou e foi até o lixo do banheiro. Nasceu esperança de recuperar os dois anos que abandonou ao acaso. Mas já era tarde. Lembra? O sol estava a caminho.
domingo, 11 de maio de 2008
Quando encosta o fim
Deve ser horrível envelhecer. A cozinha branca tinha alguns detalhes em preto e cinza, e a mesa entupida de comida, estava cercada pela família toda. Um homem frágil feito um bebê tinha a pele manchada, a boca trêmula e os braços sem força alguma. Tantas vozes juntas e mesmo assim, seus ouvidos se perdiam nos seus olhos, que se perdiam no seu próprio passado. Ele assistia à sua infância, à sua timidez no primeiro encontro com a velha sentada ao seu lado, aquela moça de quando juntaram as vidas. Já foi neto, filho, irmão, pai, tio e avô. Já foi, e já está indo. Nem o relógio lhe agrada mais no pulso, o tempo passa assustador. Os gestos amargos cresceram junto com os anos, e já não existem mais chances de consertar a maioria dos erros. Das coisas que ele vai deixar para trás, só sentirá falta do que nunca teve e do que deixou de fazer. Coisas que viraram um buraco, do tamanho do seu corpo, uma cova bem funda no esquecimento das gerações não nascidas.
Então ele se levanta, porque já é hora de ir. É hora de estar em casa, de tomar remédio, de ir dormir. As pernas desobedientes mal erguem sua coluna, e os braços desconfiantes se agarram a qualquer coisa para mantê-lo em pé. Fala do prazer de rever todos os presentes, um abraço e um beijo de cortesia para cada um. Sua mão passa pelo encosto de todas as cadeiras, pelo ombral da porta, e pela maçaneta também. Chega a ser vergonhosa a falta de precisão, mas ele finge que passa por cima, e que não acabou. Deixou a casa na esperança de voltar no ano que vem, mas vai saber quantas mais hemodiálises ou injeções de insulina ele irá sobreviver. É tudo uma questão de tempo.
Então ele se levanta, porque já é hora de ir. É hora de estar em casa, de tomar remédio, de ir dormir. As pernas desobedientes mal erguem sua coluna, e os braços desconfiantes se agarram a qualquer coisa para mantê-lo em pé. Fala do prazer de rever todos os presentes, um abraço e um beijo de cortesia para cada um. Sua mão passa pelo encosto de todas as cadeiras, pelo ombral da porta, e pela maçaneta também. Chega a ser vergonhosa a falta de precisão, mas ele finge que passa por cima, e que não acabou. Deixou a casa na esperança de voltar no ano que vem, mas vai saber quantas mais hemodiálises ou injeções de insulina ele irá sobreviver. É tudo uma questão de tempo.
segunda-feira, 5 de maio de 2008
Decrescente
A brisa da noite penteou o cabelo dela para o lado, mostrou seu rosto avermelhado e ele, dono da mesma vergonha, se manteve o tempo todo parado. A postos na calçada, esperando os carros passarem, o farol se aliou a eles e resolveu mudar sua cor, parando o tempo em volta. Pronto, sem muito ensaio as mãos se encontraram e a rua se fez livre para atravessar. Mais tarde, seria a chave da porta da frente quem mostraria o cenário do segundo ato.
Capitulo dois: A desconquista
O beijo molhado tinha sabor de decepção temperado à falta de atitude, o sofá não era tão macio e o silêncio ensurdecedor feria os ouvidos. Dos beijos que recebia no pescoço, ela refugiou seus olhos na lâmpada acesa, na esperança de que talvez a luz pudesse avisar o mundo, ou quem sabe algum curioso, de que duas pessoas ocupavam aquela sala. Mas a luz fugiu nos dedos frios de um homem tão menino que preferiu se mascarar com o escuro com ajuda do interruptor. A partir daí, se descorreu uma sucessão de erros. A lâmpada desligada vendou a menina. Cega para admirar as qualidades dele, ela passou a tropeçar em tantos defeitos quanto lhe fosse possível, já que no claro - como havia se acostumado - os detalhes que via formava um rosto composto por métricas perfeitas que paralisava os seus pensamentos. Mas agora esse rosto estava perdido no preto, e seus pensamentos corriam junto de um grito surdo, um grito de socorro abafado naquele apartamento. Então a angústia invadiu o peito dela, a angústia presa nos lábios masculinos dele, tão delicados quanto os dela, femininos. A angústia dormiu na menina, a menina dormiu no menino e a lua dormiu no dia.Num dia seguinte com a manhã mais bem vinda de toda a sua vida, o ar condicionado do táxi arrepiou todos os pelos da mesma menina. E olhando a rua e suas composições sem prestar atenção, ela sentia falta do café da manhã que lhe deveria ter sido oferecido com um sorriso escancarado. Distraída com o sabor do suco que cairia melhor com a refeição, confundiu a voz do taxista com a do seu próprio pensamento. De volta para a realidade, ao bater a porta do carro, alegrou-se por estar mais leve, livre para amar outra pessoa.
Capitulo dois: A desconquista
O beijo molhado tinha sabor de decepção temperado à falta de atitude, o sofá não era tão macio e o silêncio ensurdecedor feria os ouvidos. Dos beijos que recebia no pescoço, ela refugiou seus olhos na lâmpada acesa, na esperança de que talvez a luz pudesse avisar o mundo, ou quem sabe algum curioso, de que duas pessoas ocupavam aquela sala. Mas a luz fugiu nos dedos frios de um homem tão menino que preferiu se mascarar com o escuro com ajuda do interruptor. A partir daí, se descorreu uma sucessão de erros. A lâmpada desligada vendou a menina. Cega para admirar as qualidades dele, ela passou a tropeçar em tantos defeitos quanto lhe fosse possível, já que no claro - como havia se acostumado - os detalhes que via formava um rosto composto por métricas perfeitas que paralisava os seus pensamentos. Mas agora esse rosto estava perdido no preto, e seus pensamentos corriam junto de um grito surdo, um grito de socorro abafado naquele apartamento. Então a angústia invadiu o peito dela, a angústia presa nos lábios masculinos dele, tão delicados quanto os dela, femininos. A angústia dormiu na menina, a menina dormiu no menino e a lua dormiu no dia.Num dia seguinte com a manhã mais bem vinda de toda a sua vida, o ar condicionado do táxi arrepiou todos os pelos da mesma menina. E olhando a rua e suas composições sem prestar atenção, ela sentia falta do café da manhã que lhe deveria ter sido oferecido com um sorriso escancarado. Distraída com o sabor do suco que cairia melhor com a refeição, confundiu a voz do taxista com a do seu próprio pensamento. De volta para a realidade, ao bater a porta do carro, alegrou-se por estar mais leve, livre para amar outra pessoa.
segunda-feira, 28 de abril de 2008
Três meses
O tempo que é pouco demais pro tanto que já sei de você. Pouco pra suprir minha sede de te ter, de estar com você. Pouco pro tanto que você já interferiu na minha vida, na minha vivência. Mas interferir não é a palavra, pois ela não demonstra como as melhores mudanças que poderiam acontecer. Enfim, o tempo é pouco pro tanto que quero e preciso estar com você, durante muitos e muitos anos.
E eu te disse, e repito, com você da certo. Sem sombra de dúvidas, você foi a melhor coisa que me aconteceu nesses 18 anos, 1 mês e 20 dias de vida. E a forma que você colocou esperança, sonhos e sorrisos em mim foi incrível. E... Eu nem tenho mais o que dizer, pois quando é pra falar de você, eu me perco meio a tantas coisas tão detalhadamente lindas que você tem. E quando é pra falar de nós, eu me perco de novo pelo mesmo motivo.
“Amor... Te amo! Te amo! Te amo! Três vezes, três meses! =)”
E eu te disse, e repito, com você da certo. Sem sombra de dúvidas, você foi a melhor coisa que me aconteceu nesses 18 anos, 1 mês e 20 dias de vida. E a forma que você colocou esperança, sonhos e sorrisos em mim foi incrível. E... Eu nem tenho mais o que dizer, pois quando é pra falar de você, eu me perco meio a tantas coisas tão detalhadamente lindas que você tem. E quando é pra falar de nós, eu me perco de novo pelo mesmo motivo.
“Amor... Te amo! Te amo! Te amo! Três vezes, três meses! =)”
quarta-feira, 23 de abril de 2008
Penúria.
Há muito, muito tempo - ou talvez não tanto quanto isso - havia uma senhora muito chique, toda pérolas, caviar e cremes.
Nos cocktails e nas vernissages, a senhora pérolas, caviar e cremes esvaziava meticulosamente a garrafa do champanhe, e de “Möet et Chandon” no ouvido, corria para a parede oeste do seu “appartement”, para escutar a sua vizinha, toda risos, suspiros e sandálias de praia.
Um dia a senhora risos, suspiros e sandálias de praia mudou-se dali, deixando a senhora pérolas, caviar e cremes perante um dilema.
Nas reuniões dos AA, a senhora pérolas, caviar e cremes conheceu o senhor desemprego, futebol e violência doméstica.
A partir desse momento, muitas horas foram gastas a discutir o vazio, o cinzento e a distância das estrelas.
Nos cocktails e nas vernissages, a senhora pérolas, caviar e cremes esvaziava meticulosamente a garrafa do champanhe, e de “Möet et Chandon” no ouvido, corria para a parede oeste do seu “appartement”, para escutar a sua vizinha, toda risos, suspiros e sandálias de praia.
Um dia a senhora risos, suspiros e sandálias de praia mudou-se dali, deixando a senhora pérolas, caviar e cremes perante um dilema.
Nas reuniões dos AA, a senhora pérolas, caviar e cremes conheceu o senhor desemprego, futebol e violência doméstica.
A partir desse momento, muitas horas foram gastas a discutir o vazio, o cinzento e a distância das estrelas.
terça-feira, 8 de abril de 2008
O nem tanto pior
Tirou a maquiagem com a mesma vontade de que a colocou: nenhuma. O desânimo aumentava a cada peça de roupa que trocava, e a vergonha dissolvia o resto de força para subir as escadas, atravessar o palco sujo e com o menor sorriso que lhe coubesse na cara cumprimentar quem lhe veio prestigiar de surpresa. Não encontrou um olhar de satisfação sequer. O dia amanheceu estranho, se arrastou assim durante toda a tarde e encostou do mesmo jeito na noite. Um grupo todo, no precipício pessoal de cada um, e na superfície de vida dos últimos finais de semana, respirava junto na pausa eterna da falta da deixa. Sofreu com a pressão de um poeta, que caída ficou no chão. Desembaraçou situações de nó cego. E o pior deles, ainda é um grande melhor. Parece que sempre terá uma segunda chance de surpreender o mundo todo. Mas os dias acabam, as semanas acabam, e as temporadas também. Grupos se separam, e os passos seguem por caminhos alheios. De um objetivo só, difundiu-se os focos de cada um, mas ela ainda pode lhes contar essa tal história. Dos graves fortes para os agudos estridentes, do baixo para o alto, os sons da vida se juntaram, e o silêncio se desfez em uma só nota, ainda que desafinada. A atriz aprendeu assim, a cantar.
sexta-feira, 28 de março de 2008
Pensando bem...
Eu me apaixonei por uma nuca, e a noite fica difícil dormir com o meu travesseiro só falando sobre você. Eu me apaixonei por uma mão, e se você me der seus sentimentos, eu prometo apertá-los forte contra os dedos e nunca mais soltá-los; apesar de que o futuro não me atrai quando eu sei que você é o meu presente. Eu me apaixonei por um olhar, e o que eu mais gosto é de me ver perdida dentro do espelho redondo e castanho que fica no seu rosto. Eu me apaixonei por uma boca, e a minha música favorita se transformou nessa sua voz de menino. Eu me apaixonei por um nariz, e nem Paris poderia encontrar perfume tão doce quanto o seu cheiro. Eu me apaixonei por um cabelo, que tem a cor dos seus olhos brilhantes e é o mundo feito para os meus dedos. Eu me apaixonei por um pé, vezes vestido de grandes grifes, sempre compassado com o meu allstar velho. Eu me apaixonei por uma orelha, e se fez tão bom falar qualquer coisa, assim, só para você me escutar. Eu me apaixonei por um braço fino, e eu não consigo te largar quando o seu abraço é o mais confortável. Eu me apaixonei por um pôr-do-sol, às quatro da tarde, de mochila, que me confunde o seu jeito fofo com a sua criatividade. Eu me apaixonei por um cadarço, que só desamarrou para você se abaixar e amarrar para mim. Eu me apaixonei por um peito, e eu adoro ouvir as histórias que o seu coração conta no meu ouvido. Eu me apaixonei por um sorriso, e os meus dentes querem te morder o pescoço, sim, por quem eu também me apaixonei. Às vezes, eu acho mesmo é que eu me apaixonei por você.
(Dois meses). =)
quarta-feira, 26 de março de 2008
Baile
O divórcio do silêncio profundo com o mais bonito escuro de olhos fechados, se deu com uma nota de piano; ela vibrou até que morresse muda. Queria não conseguir escutar os passos deslizando bem longe de mim, no salão do baile de formatura que não fomos. Os saltos riscam os nossos nomes no chão enquanto eles dançam a nossa valsa. Roubaram a nossa música, ela não se encaixa na festa deles. Nem o nosso vazio caberia no peito deles. A umidade nas paredes do meu mundo apodreceram o meu cérebro. Se cai um cisco, aqui dentro é tempestade e o céu desaba à terra.
quinta-feira, 20 de março de 2008
Eu me perdi... pra você.
As paredes, o teto, a cadeira e a mesa me prensavam, apertavam meu peito que ficava cada vez menor. E por mais que houvessem atribulações, por mais que a briga com os números do tempo ocupassem as minhas mãos, minha cabeça ainda era casa sua. Seu rosto colou nos fundo dos meus olhos e agora é só o que eu posso ver. Seus detalhes me dissolveram, me desarmaram inteira pra você.
quinta-feira, 13 de março de 2008
Gotejou em mim
Sinto saudades da voz do grafite arranhando o papel. Nesses dias frios em que a chuva faz visita, vem junto a vontade de escrever. Mas receio ter perdido a prática. Eu estou mudando e o que eu escrevo já não me satisfaz e sempre que me volto para a ficção ela acaba ficando grande demais. Tenho visto tantas coisas. Esses dias mesmo dei de cara com uma aparência terrível, que me assustou, me entristeceu. E já faz mais de um mês que eu durmo ao lado de dois sentimentos. Pelo menos eles não pertencem a mesma pessoa, são tão diferentes. A questão é que um abafa o outro.
sexta-feira, 7 de março de 2008
Roseli é quatro anos mais nova que Alberto, o que até os ajudou a se apaixonarem. Conheceram-se pouco tempo depois do carnaval de 1954 em Praia Grande. Quebraram dois ditados, pois o amor dos dois subiu a Serra e continuou mesmo depois de fevereiro. Eu não sei ao certo a história deles, sei que ela se formou em psicologia apesar de não ter atuado muito na área, trabalhou durante anos em uma lanchonete, e ele era técnico de eletrônica. Que eram felizes dava para ver em seus sorrisos. Casaram-se e compraram uma casa no “interior” de São Paulo, numa avenida com nome de idioma indígena. Teve uma noite em que se tornaram o casal mais feliz, o mundo era deles e o tempo também. Noite em que dois jovens brincaram de ser pais pela segunda vez, de mais uma menina, que nasceria no dia 08 do mesmo mês em que se conheceram, do signo de peixes igual aos da água do mar. Seu nome, que teria três sílabas muito em breve se tornaria o título da insônia de muitos garotos e até garotas. Seria apaixonada pela comunicação visual e teria a personalidade in/extrovertida, o desconhecido não a assustaria, apenas a prisão que de vez em quando ela criaria pra si mesma. Ela sentiria amizades e provaria de variados temperos de personalidades, seria difícil não conhecer alguém que não fosse com profundidade. Com seus oito anos, iria três vezes por semana dar comida aos peixes do seu primo, e os alimentaria de ilusões, mas ela saberia que nada duraria pra sempre. Começaria sua faculdade de design ao mesmo tempo em que se iniciaria a construção de sua prisão. Aos 24 anos se casaria com um farmacêutico futuro cozinheiro de sucesso, dono de um humor instável, e contendo toda tranqüilidade para aturar suas crises. Mas o que ela mais gostaria nele seria o jeito com que ele faria nenhum dia repetir o outro. Ele saberia lidar com ela, deixando-a sempre em dúvida. Acho que ela só ficaria com ele por tanto tempo por causa da curiosidade, e o que e o quanto ele sentia por ela, seria um mistério que ela nunca iria descobrir. O que seria mais interessante neles dois, seriam seus nomes, que ficariam bonitos, um seguido do outro, como se tivessem sido previamente combinados. Eles só se separariam depois de 8 anos por causa de uma viagem dele, devido a pós. Essa seria a única vez que ela sentiria muitas saudades de alguém, porque na sua vida inteira, só sentiria mesmo saudades do que nunca teve. Com 53 anos ela publicaria seu diário de adolescência. O livro não teria desfecho, assim como qualquer coisa que ela começasse. Seria bem-sucedida, mas isso não seria suficiente para a sua felicidade, talvez porque essa seria a época em que ela deveria estar trocando as fraudas de seus netos ou ajudando como presente de casamento na entrada da casa de um dos filhos. Desconfio que essa seria a sua maior prisão, a maior que iria construir. Na segunda-feira, dia 8 do mês depois do carnaval em 1964, morreria sem ao menos ter nascido... Ah! Pra que falar do fim se nem começo teve?
Na terça-feira do dia 8 do mês depois do carnaval de 1964 não nasceu nenhuma menina de olhos castanhos com bochechas diferentes, que tivesse o nome iniciado pela primeira letra do alfabeto. Roseli e Alberto só tiveram uma filha, que se chamava Natalia e nasceu no ano de 1959.
E o resto se perdeu em outra época. A errada, eu diria.
Na terça-feira do dia 8 do mês depois do carnaval de 1964 não nasceu nenhuma menina de olhos castanhos com bochechas diferentes, que tivesse o nome iniciado pela primeira letra do alfabeto. Roseli e Alberto só tiveram uma filha, que se chamava Natalia e nasceu no ano de 1959.
E o resto se perdeu em outra época. A errada, eu diria.
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
Descarregando
Acho que se eu tiver que esperar mais qualquer coisa acontecer eu me mato, ou mais provável, mato alguém. Esses dias andam tão demorados como se segundos não fossem segundos, e sim os próprios dias. Acidentes podem acontecer em tantos lugares, tantos. E um usuário cair no trilho poderia rolar as duas da tarde, mas não, acontece na maldita hora em que vou pegar o metrô, feliz da vida, pensando que vou chegar mais cedo e ver meu namorado. O estresse atinge no mínimo 80% dos mais adultos, 70% são mulheres e a Amanda aqui, estressada e de TPM tem imã pra desastres.
To uma pilha, e to dando choque.
Ai eu mando se foder mas só me fodo toda.
To uma pilha, e to dando choque.
Ai eu mando se foder mas só me fodo toda.
sábado, 16 de fevereiro de 2008
simples.
O que sei é que quando minha respiração confunde-se com a tua, minha boca te beija sorrindo. E quando teus dedos vêm passear sobre minha pele, meus pêlos se levantam como um “ôla” pra te dizer ola.
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
Just going
Você já não consegue mais me machucar. E se você pudesse apenas ver o quanto me fez crescer, o jeito como meus olhos nunca mais serão seus. Então eu te daria razões, te daria uma vida inteira para desistir do que você já desistiu uma vez. Te revelaria uma janela e suas cortinas, uma rua e suas idas e vindas. Te daria bom dia e até logo. Te contaria o que eu ouvi na sua ausência, te daria o número das batidas que meu coração bateu sem ao menos lembrar que você existia. Te cantaria todas as músicas que eu conheci desde que você se foi. Mas seria muito se eu te pedisse para que não voltasse?
domingo, 10 de fevereiro de 2008
Que bendito seja
Os segundos como horas, os minutos como dias. Todo esse tempo que engorda tanto enquanto eu engordo de chocolates comidos conseqüentes a sua falta. Esses dedos faltando unhas a sua espera que me anseia. Os tic’s que me devoram e os tac’s que me cospem fora. A noite que eu não durmo esperando pelo teu boa noite, palavras essas que não podem ressoar em meu ouvido, de pertinho, me esquentando, me confortando. Mas se eu dei mesmo a sorte elas podem vir aos meus olhos.
É, esse tempo maldito que se demora tanto na minha solidão, mas se vai tão rápido quando posso te beijar cheirando, te tocar olhando, e me arrepiar te vivendo. E se sua boca se cala não para me beijar o seu silêncio tortura quando os meus pensamentos querem pensar o pior. Os meus pensamentos mais malditos que o tempo que me faz imaginar te perder. E por essas e todas as outras coisas minhas pernas chegam a tremer.
É o amor, o amor - esse outro maldito – que bate aqui...
É, esse tempo maldito que se demora tanto na minha solidão, mas se vai tão rápido quando posso te beijar cheirando, te tocar olhando, e me arrepiar te vivendo. E se sua boca se cala não para me beijar o seu silêncio tortura quando os meus pensamentos querem pensar o pior. Os meus pensamentos mais malditos que o tempo que me faz imaginar te perder. E por essas e todas as outras coisas minhas pernas chegam a tremer.
É o amor, o amor - esse outro maldito – que bate aqui...
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
Em meio a (feli)cidade, longe do mar.
Não tenho mais momentos para descrever-lhes, eles não saem em palavras, todos os meus últimos momentos são tão bons que grudam em mim e fazem com que eu não queira dividi-los. Eu não preciso nem da brisa do mar pra me sentir voar. Eu sou egoísta com o que é meu. Mas tem uma coisa que quero lhe cantar: “Eu só penso em você, em querer te encontrar...”.
terça-feira, 29 de janeiro de 2008
O pingo dos 3 i´s.
Agora que está tão próximo eu vejo, ainda como que em um filme de época desgastado, esses tortuosos 6 anos. Eu vejo também como o ser humano é adaptável e sugestivo. "Dói no início, depois acostuma" A frase que soava absurda, foi aos poucos sendo incorporada e, no final, estamos acostumadas. Percebe como o tempo da colocação anterior está confuso? Então eu acertei na hora de formular. Ela é bem apropriada pra expressar realmente o que foram esses 6 anos aqui. Tempos confusos! De dúvidas, medos, lugares vazios, questionamentos, saudade, arrependimentos, espera, esperança. E não teria como narrar, de nenhuma forma, os 2.190 dias em que você não estava presente. Nem nossos três olhares juntos irão te dizer. Os aniversários perdidos, as fotos com o lugar desocupado, as nossas formaturas, as várias mudanças, a minha adolescência chata, os domingos sem almoços exorbitantes, os Natais apagados, meu primeiro porre, a segunda cama vazia, todos os animais que aqui passaram, os namorados, os costumes deixados pra trás, a luta diária de uma mulher, nossas conquistas, nossas perdas e por conseqüência, todo o nosso amadurecimento. Nada disso alguém poderá contar. Nem aqueles que se ocuparam tão bem na função de especular, opinar e nunca estender uma mão. Lembra da menina de uniforme? Ela já é mulher. Perdeu alguns quilinhos, cresceu, não largou os tênis e agora vai ser professora. Já tem noção da situação, quando a convém da uma de "Alice" e vai continuar precisando de ti pra matar os insetos voadores. A mais velha, a miss simpatia, só aperfeiçoou valores. Continua sendo a leonina teimosa que sempre foi. Não ganhou a mobilete, mas ganhou muita personalidade. Tem casa, carro, marido e muitos sapatos no armário. Acho que foi ela quem ocupou o lugar de homem quando fosses embora. E você ainda vai precisar continuando dela pra te fazer rir. Já aquela velha guerreira que te deu tchau naquele junho, é ainda maior. O olhar guarda um pouco de cansaço, talvez cansado pela solidão, mas ela já não fuma mais. Trocou o cigarro por força quando perdeu, sem desejar, o melhor amigo. Continua sendo o centro das atenções onde quer que vá, e foi ela quem manteve as estruturas de tudo que vais ver por aqui. Sabe, ela não teve que exercer só o teu papel, não. Ter duas filhas mulheres e ainda geniosas como as suas, pode servir como a penitência de um grande pecado. Precisa-se ser mãe, pai, médico, psiquiatra, bruxa e às vezes até se fazer de morta. Mas ela sempre deu conta do recado. Dos teus, dos meus, dos nossos. Sempre caminhou junto, foi tua cúmplice e aquela que te deu segurança na hora de partir. Você sempre soube que estávamos nas mãos mais fortes desse mundo. Que ela era a garantia de que quando você voltasse as duas meninas estariam bem educadas, fortes, coradas e com o famoso laço rosa de tule na cabeça. Mas será que foi essa certeza que te deixou demorar tanto então? Claro que não! Nunca culpamos os heróis. Nessa história injusta, em especial, todo o referencial de família, educação e persistência foi culpa dela. Que nos permitiu voar longe, sempre embaixo de sua capa. Que nos cedeu superpoderes para agüentar todas as malditas dificuldades que passamos. E não pense que estou te apagando desse processo! Graças a ti todo mundo aqui se tornou mais forte e certamente não há situação que nos derrube. O período serviu também pra mostrar que nós quatro temos só a nós quatro. Casa-se com estranho mesmo, mas o estranho acaba se tornando o pai dos teus filhos, com genes iguais àqueles da tua maior riqueza e essa conexão é pra sempre. Minha mãe sempre disse: "haja o que houver, respeite sempre teu pai", "teu pai é o melhor pai do mundo". E agora eu não sei ao certo se te amo tanto devido aos conselhos de minha mãe, ou se é porque dormiu comigo durante quase 16 anos da minha vida, quando monstros e ladrões moravam no meu quarto. Não sei se te acho realmente o melhor pai do mundo por isso, ou porque nunca me deixou faltar nada. Não que eu ache que telefonemas alternados na semana compensem a falta que tua figura fez bem na hora em que eu resolvi crescer, não. Mas o destino fez com que longos períodos se tornassem curtos pra mim. E no que diz respeito à proporção, vejo que os anos que temos pela frente somam muito mais que 6 anos. Você estará nos 6 anos dos meus filhos, no meu aniversário de 6 anos de casada, quando eu pagar a 6ª parcela da minha casa própria, e você estará no próximo dia 6 (...). Eu não quero recuperar tempos perdidos, pai! Eu espero que agora possamos construir juntos novos tempos. Nós 4 e a certeza, nascida junto com muita saudade, de que somos invencíveis quando lutamos juntos. Tomara que você se orgulhe do que hoje somos e que eu veja no teu semblante tudo aquilo que completa essa casa. Não como antigamente, mas como agora. Vai ser uma família legítima só depois de passar por certas situações, mesmo. Mas chega, acabaram as férias. Agora volta para o teu lugar...
Informe
Ah, meu outro blog, ah, eu o excluí! E agora já foi, não me perguntem como nem porque.
Então, um recomeço para recomeçar.. E tudo de novo.
Então, um recomeço para recomeçar.. E tudo de novo.
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